PF pede mais prazo ao STF para apurar fala de Bolsonaro que associou vacinas contra Covid ao risco de contrair Aids

Por Redação em 30/03/2022 às 20:14:16

Delegada também quer que Google forneça vídeo da 'live' do presidente. Bolsonaro divulgou notícia falsa em transmissão no ano passado; Anvisa negou correlação. A Polícia Federal pediu prazo extra ao Supremo Tribunal Federal para concluir o inquérito sobre a declaração falsa do presidente Jair Bolsonaro que, no ano passado, associou a vacinação contra Covid a um risco maior de desenvolver Aids.

Essa relação, que não existe, foi feita pelo presidente em uma transmissão nas redes sociais.

O pedido foi enviado pela delegada da PF Lorena Lima Nascimento ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. O documento não cita prazo adicional específico. A investigação tinha sido aberta no dia 3 de dezembro de 2021, com a autorização do ministro.

No documento enviado à Corte, a delegada também pediu ao ministro que determine ao Google, que forneça, em 10 dias úteis cópia integral do conteúdo da live do presidente.

Segundo Lorena, esse pedido já tinha sido feito à plataforma. A empresa confirmou ter o material, mas argumentou que não poderia fornecer o conteúdo sem autorização judicial.

Moraes abre inquérito para investigar Bolsonaro por associar vacinas contra Covid à Aids

Transmissão na internet

A notícia falsa relacionando a vacina e a doença foi divulgada pelo presidente em uma live nas redes sociais no dia 22 de outubro, e desmentida pelo Fato ou Fake, por especialistas e por outras plataformas de checagem nas horas seguintes. A live de Bolsonaro foi retirada do ar por Facebook, YouTube e Instagram.

Na transmissão, Bolsonaro disse que relatórios oficiais do Reino Unido teriam sugerido que pessoas totalmente vacinadas contra a Covid estariam desenvolvendo Aids "muito mais rápido que o previsto". A afirmação é falsa, e não há qualquer relatório oficial que faça essa associação.

Na semana seguinte, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, reafirmou que as vacinas usadas no Brasil são seguras, e que nenhuma delas aumenta a "propensão de ter outras doenças".

O inquérito foi aberto por Moraes, que criticou a Procuradoria-Geral da República que informou ter aberto apuração interna.

O ministro do STF afirmou que não caberia à Procuradoria-Geral da República abrir apuração interna já que o STF foi provocado a partir de uma notícia-crime contra o presidente e afastar a supervisão judicial.

Segundo o ministro, é preciso apurar a relação entre essa fake news e a atuação de uma suposta organização criminosa investigada pelo Supremo e que envolve aliados do presidente Bolsonaro.

Fonte: G1

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