Assembleia Geral da ONU suspende Rússia do Conselho de Direitos Humanos

Por Redação em 07/04/2022 às 13:44:58

Medida aumenta o isolamento diplomático do Kremlin após acusações de que as tropas russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira uma resolução para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos, aumentando o isolamento diplomático do Kremlin após acusações de que as tropas russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia.

A resolução foi aprovada por 93 países, enquanto 24 votaram contra a medida e outros 58 se abstiveram, entre eles o Brasil. Era necessária uma maioria de dois terços dos votos para que o texto avançasse na Assembleia Geral - as abstenções não são levadas em consideração.

O texto aprovado, apresentado por Ucrânia, Estados Unidos e outros países, expressa "grave preocupação com a atual crise humanitária e de direitos humanos na Ucrânia, particularmente com os relatos de violações e abusos dos direitos humanos e violações do direito humanitário internacional pela Federação Russa".

O Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra, é formado por 47 países. O mandato da Rússia estava previsto para terminar em 2023.

A Rússia é o segundo país a ser suspenso do principal órgão de direitos humanos da ONU. Em 2011, a Assembleia Geral suspendeu a Líbia devido à violência contra manifestantes por forças leais ao então ditador Muammar Gaddafi.

Embora a decisão de hoje aumente ainda mais o isolamento diplomático da Rússia, menos países votaram a favor da suspensão, na comparação com outras duas resoluções sobre o conflito na Ucrânia discutidas pela Assembleia Geral em março.

Os textos para exigir a retirada das tropas russas da Ucrânia e para pedir que os civis fossem protegidos durante o conflito foram aprovados com votos favoráveis de 140 países.

Antes da votação, o embaixador da Ucrânia nas Nações Unidas, Sergiy Kyslytsya, acusou a Rússia de ter cometido "abusos horríveis" e voltou a afirmar que as tropas do país assassinaram civis na cidade de Bucha, próxima a Kiev, a capital ucraniana.

Por outro lado, o representante da Rússia, Gennady Kuzmin, condenou a resolução, sendo apoiado por outros países frequentemente acusados de violações dos direitos humanos, como Síria, China, Irã, Coreia do Norte, Venezuela e Cuba.

Petros Giannakouris/AP

Fonte: Valor Econômico

Tags:   Valor
Comunicar erro
Agro Noticia 728x90