Mães em MT são diagnosticadas com a "síndrome de Burnout" devido ao excesso de cobranças na maternidade

Por Redação em 09/05/2022 às 15:46:35

Síndrome do esgotamento materno é um distúrbio psíquico causado pelo acúmulo de estresse, tensão emocional e de tarefas. Síndrome de Burnout atinge mães com excesso de cobranças

Mato Grosso tem registrado casos da "síndrome de Burnout" –palavra da língua inglesa que pode ser traduzida como 'exaustão' – em mães que ficaram sobrecarregadas devido ao excesso de cobranças durante a maternidade.

A médica psiquiatra Mariana Moura explicou que o sentimento de culpa, cansaço físico e mental, falta de apetite, insônia, irritação, agressividade, falta de interesse ou prazer em cuidar do filho, negatividade constante, podem levar à essa exaustão.

A síndrome do esgotamento materno é um distúrbio psíquico causado pelo acúmulo de estresse, tensão emocional e de tarefas.

“Isso pode começar logo após o parto e se desenvolver até os primeiros anos de vida da criança, que é quando demanda mais atenção da mãe. Existe muita pressão na sociedade para que as mulheres exerçam esse papel materno com perfeição e isso tem trazido cobrança das mães em relação a si mesmas e adoecimento mentais”, explicou.

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A assistente administrativa Nathália Oliveira contou que teve uma gravidez planejada e que a chegada do filho era muito esperada.

“Quando ele nasceu eu tinha 32 anos, já tinha um diploma, um serviço bacana. Já tinha viajado, conhecido alguns lugares, então pensei "agora é a hora dele chegar”, contou.

Segundo ela, a gestação foi tranquila e saudável, mas quando o bebê nasceu a "mágica" não aconteceu.

“Nos 30 primeiros dias eu chorei todos os dias. Eu me culpava e dizia: "por que fui fazer isso comigo, por que fui engravidar?" Eram pensamentos que fugiam da minha realidade e foi muito difícil”, relembrou.

Tudo isso fez com que Nathália se sentisse ainda mais culpada, até que um dia um desconhecido disse algo que fez a diferença na vida dela.

“Ele me disse que não era eu que tinha que me adaptar ao meu filho e sim o meu filho se adaptar a mim, e é eu que tenho que ir o adaptando na minha rotina. O que essa pessoa disse foi uma benção na minha vida”, pontuou.

Em 2016, com um filho e se formando na faculdade de jornalismo, a Tatiane Gaudêncio já se desdobrava. Desde então, a família dela também aumentou, assim como o trabalho. Agora, ela tem três filhos e uma agência de publicidade.

“Acordamos cedo, arrumamos eles para irem para a escola, deixo eles na escola, volto, me arrumo, vou para o trabalho, volto para busca-los na escola no fim da tarde e então começa outra rotina em casa”, contou.

Ela afirmou que recebeu muitas cobranças por causa da rotina. Tatiane disse que as pessoas a questionavam pelo tempo que ela deixava as crianças na escola, pelas saídas para alguma confraternização, entre outras cobranças.

A empresária afirmou que conseguiu identificar a exaustão mental depois de um tempo e decidiu encarar o medo e pedir ajuda.

“É bom ter uma rede de apoio, ter pessoas que possamos contar. Você tem que fazer o que faz sentido para você e para sua família e seguir”, pontuou.

De acordo com a médica psiquiatra Mariana Moura, é muito importante as mulheres terem uma rede de apoio e contar com a ajuda do pai da criança e de outras pessoas a sua volta.

“A tarefa de criar e cuidar dos filhos não tem que ser só da mulher. Você se sentir cansada ou estressada por cuidar do filho não significa que não é uma boa mãe ou que não o ama de uma forma adequada”, ressaltou.

Fonte: G1

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