Nova fase do open finance será desafiadora, diz representante do BC

Por Redação em 10/08/2022 às 13:54:49

Segundo João André Pereira, sistema exigirá a interação com outros reguladores, o que deverá ser bastante complexo O chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, João André Pereira, afirmou que a próxima fase do open finance, que exigirá a interação com outros reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Superintendência de Seguros Privados (Susep), deve ser bastante complexa. Ainda assim, ele apontou que a expectativa é que, usando a experiência da implementação do open banking dentro do BC, os obstáculos serão superados.

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“Vai ser complexo, porque teremos outras governanças em volta, e elas vão ter de se falar. Temos conversado muito com os outros reguladores, e com toda a experiência que estamos tendo, de conseguir destravar as coisas, vamos conseguir superar esse desafio e criar um arcabouço adequado”, comentou ao participar de um painel na Febraban Tech.

Ele comentou que o open finance é um “animal vivo, que nunca vai acabar” e lembrou que a fase 4, que abarca investimentos, ainda tem um longo caminho a percorrer dentro do escopo do BC.

Pereira comentou sobre as dificuldades na implementação do open finance no Brasil, desde o cronograma apertado estabelecido pela autoridade até a criação da estrutura de governança, que colocou grandes bancos e outros atores menores com mesmo poder de voto. “A coordenação dessa interação, levar todos segmentos para a mesa, que têm interesses diferentes - legítimos, mas diferentes -, maturidades diferentes, foi super complexo, e ainda é. No momento inicial havia muita desconfiança de cada lado”, lembrou. Ele apontou ainda que o BC teve de ser “muito intrusivo” na definição das especificações técnicas para conseguir fazer a coisa andar na direção correta.

Ivo Mósca, superintendente de Open Banking & Pagamentos Instantâneos no Itaú, comentou que o open finance tem ganhado cada vez mais tração e pode ser que o país atinja 10 milhões de usuários únicos com consentimento antes do fim do ano. “Temos visto um crescimento linear, que está começando com uma tendência de virar exponencial.”

Ele afirmou que o banco chegou a colocar mais de 600 funcionários trabalhando no open banking e investe pesado no tema. “O desafio hoje é menos relacionado aos canais, e sim em relação ao micromomento do cliente, do que ele precisa naquela ocasião.”

Karen Machado, executiva líder de open finance no Banco do Brasil, lembrou que o BB lançou esta semana a jornada de consentimento no open finance pelo WhatsApp. Ela disse que os dados compartilhados já são usados para ajudar na definição de limites de crédito, por exemplo, e que o banco estuda dezenas de outras possibilidades de uso (MVP). “A questão antes era o que vem primeiro, porque eu preciso de dados para oferecer benefícios, mas só atraio o cliente a compartilhar seus dados se tenho benefícios a oferecer. Agora que o open finance está ganhando tração, os benefícios começam a ser entregues e a gente vai falar cada vez menos do open finance por si só, e mais em como mudar a vida do consumidor.”

Fonte: Valor Econômico

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