Médica que atropelou verdureiro diz que é 'tratada diferente' por ser 'rica'

Por Redação em 11/08/2022 às 11:04:04

Letícia Bertolini deve ir a júri popular, conforme decisão da Justiça; crime aconteceu em abril de 2018, em Cuiabá. Defesa diz não ter conhecimento do vídeo. Vídeo mostra médica Letícia Bortolini falando sobre o processo que responde na Justiça.

Reprodução

Um vídeo que tem circulado pelas redes sociais nesta quinta-feira (11) mostra a médica Letícia Bertoloni, ré por ter atropelado e matado o verdureiro Francisco Lúcio Maia, em abril de 2018, dizendo que é "tratada diferente", negativamente, por ser "médica e rica".

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"Eu tenho muitas pessoas que me amam, que gostam de mim, que sabem o quanto eu sofro com isso tudo [...]. Sabem que o meu caso é diferente porque eu sou médica, principalmente porque eu sou médica, porque eu sou rica, porque eu tenho dinheiro", diz.

A médica continua: "Existe uma briga, uma guerra de rico e pobre nesse país, que parece que quando pode pegar um rico e colocar na cadeia, todo mundo fica feliz". Nesse momento, existe um corte e o vídeo termina.

O g1 não conseguiu contato com a médica e o advogado que a representa, Gevani Santin, disse não ter conhecimento sobre o vídeo.

Letícia Bortolini é acusada de atropelar verdureiro

Andre Kuczkowski

O perfil da médica no Instagram é fechado para quem não a segue e o vídeo parece ter sido capturado por algum seguidor, que escreveu em cima das imagens "Médica que atropelou verdureiro diz que ser rica prejudicou julgamento : 'a gente é tratado diferente'". Atrás da mensagem, é possível ler "se você forma opinião com base na mídia, tome cuidado" -- aparentemente da gravação original feita por Letícia.

Na segunda-feira (8), a Justiça de Mato Grosso determinou que a médica vá a júri popular pelo crime, que aconteceu em abril de 2018, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.

Francisco Lúcio Maia, de 48 anos, morreu atropelado na Avenida Miguel Sutil

Arquivo pessoal

Francisco, de 48 anos, tentava subir com o carrinho de verduras na calçada, quando foi atingido pelo carro da médica, que, segundo o Ministério Público, estava embriagada e dirigia em alta velocidade. Ele morreu no local e a ré fugiu sem prestar socorro.

"Conduzindo veículo automocor com capacidade psicomotora alterada em razão de influência de álcool, em velocidade incompatível com o limite permitido para a via, assim como assumindo o risco de produzir resultado, matou a vítima Francisco Lucio Maia", diz o processo.

Conforme a decisão da Justiça, houve provas e indícios suficientes da autoria do crime. A médica respde por homicídio qualificado com emprego de meio que possa resultar perigo comum, além de omissão de socorro, se afastado do local para fugir à responsabilidade e dirigir embriagada.

O advogado Giovane Santin, ao g1, disse que o processo seguiu o caminho natural dele e que está recorrendo da sentença.

Francisco Lúcio Maia empurrava carrinho quando foi atingido pelo automóvel da médica

Divulgação

Fonte: G1

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