Justiça impõe multa de R$ 10 mil, caso fazenda de MT cometa assédio eleitoral novamente

Por Redação em 27/10/2022 às 18:56:26

Segundo denúncia do MPT-MT, proprietário divulgou áudios de conversa para expor funcionária e influenciar colaboradores em Jair Bolsonaro (PL). O g1 não conseguiu localizar representantes da empresa. A Justiça do Trabalho determinou, nessa quinta-feira (27), que a Fazenda Ponte Pedra, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, pare de constranger, ameaçar e orientar os funcionários para que votem no candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL). Em caso de descumprimento, a propriedade pagará multa de R$ 10 mil por cada item e empregado prejudicado.

O proprietário, segundo apresentado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-MT) e acatado pela juíza Karina Correia Marques Rigato, divulgou áudios de uma conversa com uma funcionária do setor do almoxarifado em um grupo de colaboradores. O intuito era expor a trabalhadora e transmitir a opinião pessoal dele.

O g1 não conseguiu localizar representantes da fazenda até a última atualização desta reportagem.

No áudio, o proprietário cita uma possível demissão de funcionários, caso o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições.

"Infelizmente, se o Lula ganhar, o agronegócio vai perder, porque ele vai taxar. Então, a gente vai perder o lucro que a gente pode investir na fazenda, melhorar o salário de funcionários. Se o Lula ganhar, infelizmente, vamos ter que acabar com bônus, enxugar funcionários, diminuir pelo menos metade de funcionários. O Bolsonaro quer deixar o patrão mais rico para dar mais emprego", diz trecho do áudio.

Na ação denunciou o caso, o MPT-MT aponta que “por mais que o réu, como cidadão, tenha todo o direito de apoiar qualquer candidato, não pode coagir seus empregados a manifestarem-se em qualquer sentido, abusando de seu poder diretivo e violando, por consequência, direitos fundamentais titularizados por seus empregados, como liberdade de pensamento e de convicções políticas”, informou o MPT.

Com isso, a juíza determinou que a administração da fazenda terá que se abster de os trabalhadores a votar em qualquer candidato nas próximas eleições, além de não induzir ou exigir os colaboradores a participar de manifestações ou debates políticos.

Fonte: G1

Comunicar erro
Agro Noticia 728x90