Guia tático da Copa do Mundo: Holanda, Catar, Equador e Senegal

Por Redação em 14/11/2022 às 07:46:25

Confira como jogam as seleções do Grupo A da Copa do Mundo de 2022 Tá chegando a hora! A Copa do Mundo da FIFA™ começa no domingo, dia 20, com Catar e Equador, e você acompanha o guia tático da Copa aqui no blog.

As seleções de cada grupo serão destrinchadas com a análise de como jogam e o provável time titular na Copa. Confira como jogam três seleções do Grupo A: os anfitriões do Catar, o Equador, Senegal e finalmente a Holanda, de volta após ficar de fora em 2018.

Guia Tático do Grupo A da Copa do Mundo

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Holanda: a inventividade de van Gaal à prova

Louis van Gaal vivia uma vida confortável, sem precisar provar nada a ninguém, desde sua aposentadoria após o ciclo no Manchester United. A única coisa que o fez topar voltar ao futebol foi o desafio de tirar a Holanda de sua pior crise na história: com um elenco longe de parecer com as gerações que chegaram em 3 finais, problemas na federação e nos clubes e o risco de ficar de fora de mais uma Copa, o lendário treinador topou o desafio e volta ao comando de um Mundial.

No seu provável último trabalho no futebol e após vencer um câncer agressivo, o técnico colocou ideias que se provaram bem sucedidas, melhorou o desempenho de alguns jogadores, e se a Holanda não chega com o status de favorita, tem tudo para ir longe na Copa e mostrar que a tradição sempre vestiu laranja.

Começando pela escolha do esquema tático: o mesmo 5-3-2 que surpreendeu no Brasil. Com uma geração de defensores brilhantes como Van Dijk, foi natural que Van Gaal acomodasse todos nesse sistema, que conta com dois laterais como alas e o volante De Jong na frente da zaga. Timer pode aparecer como zagueiro. O pelotão de frente conta com Depay como grande referência.

Provável time titular da Holanda na Copa do Mundo 2022

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O futebol holandês é diferente, e assim que o time sai jogando, fica claro: a saída pode acontecer com De Jong aproximando por dentro e os zagueiros do lado abrindo o campo, formando praticamente uma saída sustentada com quatro jogadores, ou De Ligt vai para o meio e o time forma um 2-3-5. A ideia é garantir linhas de passe e deixar De Jong sempre numa faixa centralizada, com várias opções de passe.

O volante do Barcelona raramente avança. Ele é o construtor de jogo e tem como missão pensar e conectar os setores pelo passe. Por isso, está sempre na base da jogada, perto do círculo central. Se o ataque não dá certo, ele fica atrás, pega a bola e volta para outro companheiro.

A paciência da Holanda com a bola pode ser também um problema quando as coisas precisam se tornar agudas. A dupla de ataque tem qualidade, mas Gaal ainda não encontrou o meia central que acelera e articula - Gakpo, do PSV, é quem parece mais próximo de ocupar essa vaga, se tornando um terceiro atacante quando a bola está lá atrás. Koopmeiners, que joga esse futebol de proximidade na Atalanta, se junta ao ataque.

Sem a bola, o time de Van Gaal faz a mesma coisa que fazia no Brasil: encaixes individuais, com Van Dijk na sobra. Ele comanda a linha de impedimento e decide se o time marca em linha alta ou linha baixa. Fica como opção para anular alguma jogada se o defensor é driblado. Um dos poucos times a adotar uma estratégia mais individualizada de marcação, e por isso mesmo, um dos mais interessantes na parte tática.

Catar: 5-3-2 que tem o jogo para os atacantes como grande forte

Os anfitriões são forte candidatos a serem lanterna do grupo que tem Holanda e Equador e Senegal brigando pela vaga, mas o real foco catari é no futuro. Isso porque o futebol no país é mentorado pela Aspire Academy, um laboratório de formação de jogadores e treinador que tem a escola do Barcelona como inspiração.

O técnico Félix Sánchez Bas passou pelas categorias de base do Barça e faz parte da preparação para o mundial desde 2013. O esquema base do time é um 5-3-2, com dois alas que avançam bem ao ataque - Hassan e Mohammed - e dois atacantes de área, mas móveis: Afif e Ali.

Provável time titular do Catar para a Copa do Mundo de 2022

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Apesar da ideia barcelonista de jogo, o Catar ainda não está desenvolvido o suficiente para sair jogando com qualidade. A equipe teve uma média de 46% de posse de bola e finalizou mais vezes nos jogos em que ficou menos da metade do tempo com a posse. A ideia de sair jogando com o goleiro junto de Khoukhi, o zagueiro que sai pelo centro, e Boudiaf, volante que busca o jogo, muitas vezes acaba em gol adversário.

É na bola longa para Ali e Afif, ou na chegada dos alas – que ficam abertos e atacam a profundidade quando o time passa do meio-campo – o forte da equipe. A dupla de ataque se movimenta bastante e abre espaço para a entrada de Hatem, o meia que costuma aparecer de surpresa.

Por não ter um jogo tão desenvolvido com a posse, o Catar tenta sempre se defender de forma bem compacta, com cinco defensores. Não é bem uma retranca: Sánchez quer que o time defenda com a linha um pouco mais alta, num bloco médio que brinque bem com a linha de impedimento e roube logo a bola. Nem sempre dá certo, como os últimos amistosos mostraram.

Equador: posse agressiva e busca pela profundidade

Deu para ver na final da Libertadores que o orgulho dos equatorianos é ter conquistado a vaga nos playoffs do Chile. Não é por menos: com uma geração que conta com diversos destaques e um time ofensivo, os equatorianos estão de volta e vão brigar para chegar nas oitavas-de-final com Senegal.

O treinador Gustavo Alfaro pensa seu time a partir de um 4-3-3. Nas Eliminatórias, testou também o 4-2-3-1 para acomodar Sarmiento, do Brighton. Alan Franco, que jogou no Galo, compõe o meio-campo e ajuda o time a acelerar a posse e tornar o time extremamente agressivo com a bola.

Provável time titular do Equador para a Copa do Mundo de 2022

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O volante Gruezo joga perto dos dois zagueiros, formando uma saída de três, para que Estupiñan e Castillo subam bastante o campo, junto de Plata e Ibarra no ataque. A ideia é ter sempre profundidade máxima junto de Estrada ou Valencia. Com isso, o meio fica sempre com Alan Franco e Caicedo (nome que não pode faltar num jogo que envolva um time equatoriano).

Tanto Caicedo como Franco se movimentam e levam perigo quando vencem a marcação e conseguem colocar os laterais e atacantes para correr de frente para a linha defensiva do rival. Outra jogada é sobrecarregar uma área central com os pontas e abrir o corredor para o fôlego de Estupiñan.

Sem a bola, o Equador é um time que tenta sufocar e buscar roubar a bola logo quando perde. Faz isso para aproveitar o espaço deixado pelo rival. Mas nem sempre dá certo, ainda mais quando os laterais precisam subir muito e deixam os zagueiros desprotegidos – Arboleda sofreu grave lesão em julho e ainda não é certeza.

Senegal: esquema montado para seu grande craque brilhar

Aliou Cissé é o maior nome do futebol senegalês. Ele estava em campo na Copa do Mundo de 2002, qna impressionante campanha que eliminou a Suécia nas oitavas, e volta para o Mundial como treinador após conquistar a Copa Africana de Nações. Junto dele, Sadio Mané, o quarto melhor jogador do mundo, forma uma dupla que aumenta e muito as esperanças dessa Seleção em sua terceira Copa do Mundo.

Apesar de Sadio Mané ter jogado centralizado no Liverpool e agora no Bayern, em Senegal ele é ponta-esquerda de um 4-3-3 com nomes bem conhecidos: Mendy no gol, Diallo e Koulibaly na zaga e Idrissa Gueye no meio. São jogadores com experiência na Europa e que já provaram serem bons como conjunto.

Provável time titular de Senegal para a Copa do Mundo de 2022

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Para que Mané fique mais perto do gol, o lado esquerdo é o preferencial: Ciss ocupa o corredor e Mané busca o lugar central na entrelinha do adversário, com Sabaly subindo menos para Sarr ser um ponta mais agudo. É quase uma saída de três com o lateral, mas Senegal joga mais por aproximações, sem se ficar tanto em abrir o campo.

O time vai trocando passes e avança sempre procurando Mané e Sarr. São os dois responsáveis por penetrar e furar a defesa do rival, fazendo cruzamentos ou finalizando eles mesmos. Ofensivo ou defensivo? Senegal é uma equipe que tenta cumprir as fases do jogo da melhor forma possível.

Sem a bola, a principal variação é a subida de Gueye para fechar o lado, permitindo que Mané fique na frente, puxando contra-ataques, e nem sempre tenha que voltar o tempo todo. Sem a obrigação de se impor com a bola contra a Holanda e trocando momentos com Equador, Senegal vê boas chances de classificação pela força de seu elenco e qualidade de seu treinador.

Fonte: Globo Esporte/G1

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