Dois "Lioneis" e um destino: Messi e Scaloni se reencontram em Copas em nome de sonho argentino

Por Redação em 21/11/2022 às 21:10:54

Dupla esteve junta na Alemanha, em 2006, e viu do banco eliminação nas quartas. Parceria já rendeu fim de jejum com título da Copa América e mira tri mundial como ato final Um mesmo nome, dois personagens e a recuperação da autoestima da seleção argentina num reencontro improvável como jogador e técnico.

Os "Lioneis" têm papel fundamental na esperança do torcedor que inicia a participação no Catar nesta terça-feira, diante da Arábia Saudita, no estádio Lusail. Messi e Scaloni, responsáveis pelo fim de um jejum de título 28 anos que compartilharam e sofreram juntos há 16: na Copa do Mundo de 2006.

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Scaloni e Messi estão juntos pela Argentina na segunda Copa

Reuters

Capitão e treinador, comandante e comandado, Lionel Messi e Lionel Scaloni reescrevem em Doha uma história improvável e que ficou marcada pela frustração na Alemanha. Do banco de reservas, viram a eliminação nos pênaltis para o time da casa, nas quartas de final, em partida que marcou a despedida do então lateral-direito da seleção nacional, e também foi o último ato como coadjuvante de um jovem que assumiria os holofotes nos quatro Mundiais seguintes.

"Acredito que aproveito muito mais do que antes, quando não pensava e só queria jogar. Antes, só pensava na partida seguinte, em ganhar. Muitas coisas importantes passavam despercebidas"

- Hoje, tento aproveitar o momento. Vejo as coisas de outra maneira e dou importância aos pequenos detalhes, a coisas que não me importava - disse Messi ao avaliar a transformação do garoto tímido de 2006 ao líder incontestável de 2022.

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Observado por Di María, Scaloni conversa com Messi durante treino da Argentina

afp

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Na Copa da Alemanha, Messi e Scaloni estiveram juntos em campo por 24 minutos nas oitavas de final contra o México. Na ocasião, José Pekerman optou pelo então jogador do Deportivo La Coruña para assumir a lateral direita na vaga de Burdisso nos únicos 120 minutos do atual treinador em campo em um Mundial. Aos 39 do segundo tempo, a revelação de 19 anos do Barcelona entrou na vaga de Saviola para ajudar a Argentina em partida que iria para prorrogação.

Há registro de abraços entre os dois na comemoração do gol da classificação, marcado por Maxi Rodríguez. A trajetória dos dois, no entanto, já tinha se cruzado no ano anterior e guarda coincidências como o fato de Scaloni ser revelado pelo Newells Old Boys, time do coração de Messi.

Registro da Fifa de abraço entre Messi e Scaloni após gol contra o México, em 2006

Reprodução

Em 17 de agosto de 2005, Scaloni estava em outros de seus apenas quatro jogos como titular pela seleção quando Messi defendeu a equipe principal pela primeira vez. E foi uma aparição relâmpago! Apenas 47 segundos entre o momento em que substituiu Lisandro Lopez e a expulsão por agressão.

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Experiência bem diferente da atual, quando o próprio Scaloni dá um recado para que torcedores de todos os países aproveitam a dança final de Messi em Copas do Mundo:

– Quando ele está na seleção, todo mundo desfruta: os argentinos e o resto do mundo. É uma maravilha vê-lo jogar a Copa. Todos os relógios estão com o tempo curto, e temos que aproveitar.

Passaram-se 12 anos até que Messi e Scaloni se reencontrassem. O lateral-direito nunca mais foi convocado pela Argentina após a eliminação em Berlim e encerrou a carreira em 2015, quando defendia a Atalanta, após passagens por Newells, Estudiantes, Racing Santander, Lazio, Mallorca e Deportivo La Coruña.

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A oportunidade para dirigir a seleção surgiu depois da campanha ruim sob o comando de Sampaoli na Rússia, e o ato inicial foi um papo franco com a estrela da companhia. De cara, ficou decidido que Messi só voltaria a defender a seleção em 2019 em pontapé inicial numa relação de confiança que fez o craque referendar a permanência de Scaloni após a derrota para o Brasil na semifinal da Copa América de 2019:

- Estamos com ele até a morte!

Messi e Di María comandaram a Argentina campeã da Copa América de 2021

AFP

Valeu a pena! A partir dali, a Argentina não perdeu mais e tem a chance de quebrar o recorde mundial de invencibilidade nesta terça, diante da Arábia Saudita. São 36 partidas sem saber o que é derrota, 25 vitórias e 11 empates, e o mais importante: o título da Copa América de 2021, diante do Brasil, no Maracanã.

O destino uniu novamente os "Lioneis". E por mais improvável que fosse esse reencontro, é inegável que deu certo e já ficou para história.

Fonte: Globo Esporte/G1

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