Pelé 80 anos: conheça palmeirense que estampou capa da Gazeta com o Rei e Maria Esther Bueno

Por Redação em 23/10/2020 às 07:45:36

"Lembro de todas as palavras do Pelé, do jeito dele. Ainda era mais calado, porque a fama estava começando, mas, ao mesmo tempo, muito simpático e acessível. A Maria Esther foi uma pessoa reservada, porém simples. Uma grande campeã. Essa capa é meu cartão de visitas e todos ficam impressionados ao vê-la", contou Biriba, hoje com 75 anos.

Em plena redação, os jovens atletas fizeram poses com as raquetes e a bola de futebol. Em uma das fotos publicadas, segurando sua raquete no estilo caneteiro, Biriba é atentamente observado por Pelé e Maria Esther Bueno. "O pequeno campeão ficou muito orgulhoso de seus dois novos fãs", diz a legenda.

Diante do sucesso do pequeno campeão, a japonesa Butterfly produziu uma raquete com o nome Biriba. A fama aumentou no Mundial de Pequim 1961, quando o garoto de 15 anos ganhou do local Rong Guotuan, então defensor do título, e estabeleceu seu melhor resultado no torneio ao alcançar as oitavas de final.

Biriba disputou o terceiro e último Mundial com 17 anos e, aos 21, resolveu encerrar a carreira. Embora tenha visto Pelé e Maria Esther Bueno seguirem seus caminhos de maneira bem-sucedida, o mesa-tenista nega qualquer tipo de arrependimento pela decisão.

"As dificuldades na minha modalidade, totalmente amadora, eram muito maiores. Fama não paga despesas, então precisei trabalhar. Meu único anseio era ser campeão mundial, mas vi que essa possibilidade ficava cada vez mais distante. Sem apoio, não tive alternativa, mas saí por cima e o nome ficou preservado", contou Biriba.

O sucesso precoce cobrou um preço alto do garoto que sempre jogou contra adultos e chegou a alcançar o 19º lugar do ranking mundial. Biriba passou por problemas emocionais sérios, superados com terapia e com a volta ao esporte que sempre amou – ele foi campeão brasileiro aos 35 anos e, depois, fez sucesso entre os masters.

"O menino-prodígio nunca está preparado para a fama, então sempre sofre mais. Aos 27 anos, tive uma depressão muito forte e, até os 35, fui aos trancos e barrancos. Eu era uma pessoa complicada. Mas consegui superar e dei a volta por cima, porque me cuidei e tive gente que ajudou", contou.

Formado em contabilidade e economia, Biriba fez carreira como funcionário público e, há cinco anos, está aposentado. Ele seguiu jogando tênis de mesa no Palmeiras, clube que trata como "segunda casa", e torce pelo sucesso de Hugo Calderano, maior expoente atual da modalidade no Brasil.

Fonte: Gazeta Esportiva

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