Dólar dispara e fecha a R$ 5,76, o maior valor desde 15 de maio

Por Redação em 28/10/2020 às 17:53:30

O clima de incertezas com as eleições nos Estados Unidos e novos decretos de lockdown na Europa fizeram o dólar avançar 1,43% nesta quarta-feira, 28, e fechar a R$ 5,762, a maior cotação desde 15 de maio, quando encerrou a R$ 5,839. Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a bater R$ 5,789, mas perdeu força após o Banco Central injetar mais de US$ 1 bilhão através de leilão. O Ibovespa, o principal índice de bolsa de valores brasileira, fechou com recuo de 4,22%, aos 95.368,76 pontos. No Brasil, os investidores estão de olho na reunião doComitê de Política Monetária (Copom), que vai divulgar no fim da tarde ataxa de juros da economia. A previsão do mercado é que aSelic se mantenha em 2%, o menor patamar da história.

Em uma nova tentativa de conter a propagação docoronavírusnaAlemanha, a chancelerAngela Merkeldefiniu nesta quarta-feira, 28, que o país entrará em um lockdown parcial. As medidas, que entrarão em vigor nesta sexta-feira,30, e terão uma duração mínima de quatro semanas, incluem a interrupção de todas as atividades esportivas em espaços cobertos, o fechamento de bares e restaurantes e a suspensão de atividades de lazer e eventos culturais. O anúncio do lockdown na França, que também se iniciará na sexta-feira,foi feito na sequência pelo presidente Emmanuel Macron. Nesse país, mais da metade dos leitos de UTI já estão ocupados por pacientes infectados pelo coronavírus e, por isso, as pessoas só poderão deixar as suas casas por razões específicas relacionadas a trabalho ou saúde.

O mercado também está atento nas articulações em Brasilia para a apresentação do Orçamento de 2021 e os esforços doMinistério da Economiaem avançar a agenda de reformas. Ainda não há datas certas para a apresentação dos textos complementares das mudanças tributárias e na administração pública, e a opinião de lideranças é que asmatérias sejam encaminhadas somente após o segundo turno das eleições municipais, em 29 de novembro — menos de um mês para o recesso parlamentar.

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Depois de atingir o recorde de R$ 5,90 em 13 de maio, a moeda norte-americana entrou em processo de arrefecimento até bater R$ 4,85 no início de junho.O constante avanço da moeda nos últimos meses fez com que analistas vislumbrem a quebra da barreira histórica dos R$ 6 antes do fim do ano. O pessimismo é reflexo de uma "tempestade perfeita" nomercado cambial, formada pelataxa de jurosmais baixa da história, a retomada de medidas deisolamento socialem diversos países para conter o repique daCovid-19, além das incertezas no governo federal em manter a responsabilidade fiscal.

Fonte: JP

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