Cenário do Atlético-MG é de receber R$ 217 milhões por 20% de futura Liga Brasileira; veja detalhes

Por Redação em 23/03/2023 às 05:16:02

Galo é um dos líderes do "Forte Futebol", que recebeu ofertas formais de bilhões O futebol brasileiro está inserido (novamente) em discussão de criação de uma nova liga que irá administrar o Campeonato Brasileiro, hoje no comando da CBF. De um lado, a Libra. Do outro, a Liga Forte Futebol. Na LFF, o Atlético-MG é uma das lideranças, e fará discussão formal no Conselho. O ge teve acesso aos detalhes da proposta da LFF (veja abaixo).

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O projeto já tem propostas de um grupo de investidores chamado formado por Serengeti AM e Life Capital Partners. São dois cenários: a liga unificada, ou os 26 atuais membros do "Forte Futebol", com valores distintos. A ideia é fazer uma nova distribuição de receitas de TV, e a diferença entre o clube mais "rico" e o mais "pobre" seja de 2,8 vezes (com limite máximo de chegar a 3,5x). Seria dizer: se o mais rico ganha R$ 100 milhões, o mais pobre ganharia R$ 35,7 milhões.

São R$ 4,85 bilhões que o investidor irá pagar por 20% da LFF, caso ela tenha unificação. Se for apenas com os 26 membros, o valor passa a ser de R$ 2,3 bilhões. Nos dois cenários, porém, o Atlético receberia a mesma quantia por vender seus 20%: R$ 217,43 milhões, sendo o sexto de maior arrecadação no cenário unificado, abaixo de Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Internacional (nessa ordem).

Fachada da sede administrativa do Atlético-MG

Fred Ribeiro

No documento da LFF, há um comparativo (mais detalhes abaixo) com a proposta da Libra. Esta teria uma configuração de distribuição das receitas na qual a diferença do primeiro para o último no ranking seria de 4,7 vezes. Uma diminuição em relação à diferença atual do Campeonato Brasileiro (5,7x), mas ainda com disparidade bastante considerável num contexto global.

A adesão dos clubes na Liga Forte Futebol, bem como a aceitação da proposta da Serengeti e Life Capital, depende da aprovação dos respectivos conselhos deliberativos das agremiações. No caso do Galo, essa votação acontecerá em 3 de abril, e a aprovação depende de "sim" da maioria presente.

"Merece relevo que a formação de Ligas Esportivas sólidas representa uma oportunidade de maior organização do futebol e de suas competições, mas, sobretudo, de pujança no poder de negociação dos Clubes em relação aos seus direitos, com prognóstico de incremento exponencial de receitas, como se destaca (...) a perspectiva de cessão de 20% dos direitos de televisionamento pelo CAM e eventuais outros correlatos, com o recebimento antecipado de aproximados 200 milhões de reais", diz trecho da convocação do Atlético para o seus conselheiros.

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Ligas no mundo

A apresentação começa com o comparativo das ligas na distribuição, no que diz respeito ao clube de maior receita contra o o clube de menor receita na Europa. Atualmente, essa distância no Campeonato Brasileiro é de 5,7 vezes. A liga mais equilibrada no quesito é a Premiere League. Veja:

Premier League (Inglaterra) - 1,5x

Série A (Itália): 2,9x

Bndesliga (Alemanha): 3,2x

LaLiga (Espanha) 3,5x

Critério de distribuição de receitas

O bolo da grana será repassado aos clubes da LFF em três caminhos. 45% serão em divisão igualitária com os 20 times, 30% de acordo com a performance, e 25% de apelo comercial. O critério de "performance" é a posição na tabela do campeonato, sendo que o campeão receberia 8,9% dos 30%, e o último colocado receberia 1,1% desses 30%.

Já o "apelo comercial" envolve a audiência média de cada clube ponderada de acordo com o pagamento de cada grupo de mídia comprador dos direitos do atual Brasileirão. Nesse terceiro quesito, o campeão ficaria com 9,7% dos 25%, e o lanterna ficaria com 0,30%.

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Divulgação

Comparativo com a Libra

No documento da Liga Forte Futebol, há um quadro compartivo em alguns aspectos envolvendo a LFF e a Libra. A diferença de 2,8x entre o mais rico e o mais pobre da LFF não tem valor informado na Libra. Mas o limite máximo dessa distância é apontado como 3,5 vezes x 4,7 vezes.

Há diferenças entre a proposta de transição das duas ligas. No grupo do Atlético, as receitas garantidas não iriam incluir a garantia mínima de PPV, e o critério de performance passada. Na Libra, as receitas garantidas dos próximos cinco anos incluem o PPV e performance passada.

Já o critério "apelo comercial" na LFF é a audiência média ponderada por clube. Já na Libra seria contabilizada pesquisas com torcida, audiência do PPV, engajamento nas redes sociais e lotação dos estádios.

A divisão das receitas da LFF seria de 80% para a Série A, 20% para a Série B, além de uma parcela a ser definida para a Série C. Na Libra, são 85% para a A, 15% para a B, e sem previsão para a C. Na Libra, por fim, as decisões de goernança corporativa teriam de ser unânimes para a a provação, enquanto que na Libra é "quórum qualificado".

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Lucas Figueiredo/CBF

Os quase R$ 5 bilhões

A proposta da Serengeti e Life Capital tem dois cenários, considerando a liga unificada, e só a composição atual do Forte Futebol. No primeiro cenário, são R$ 4,85 bilhões por 20% da liga. Já no segundo cenário, seriam R$ 2,33 bilhões também por 20%.

Nos dois casos, o prazo contratual é de 50 anos - 2025 até 2074. Começa em 2025, pois os atuais contratos de TV dos clubes terão 2024 como o último ano. O fluxo de pagamentos da Serengeti e Life Capital é de três parcelas, assim divididas:

50% do valor pagos no fechamento da transação

25% do valor pagos 12 meses depois do fechamento

25% do valor pagos 18 meses depois do fechamento

Distribuição da compra dos 20% da LFF

Os membros de cada Liga

LFF: ABC, Athletico-PR, Atlético, América, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.

Libra: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

*Em negrito, clubes que caíram para a Série C em 2023.

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Fonte: Globo Esporte/G1

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