PF aponta ao STF que houve crime em declarações de deputada em apoio a atos de 8 de janeiro
Policiais encaminharam ao tribunal relatório com dados sobre as investigações em relação à deputada Silvia Waiãpi (PL-AP). A PolĂcia Federal apontou ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (24) que houve crime na conduta da deputada Silvia Waiãpi (PL-AP), por suas declarações de incentivo aos atos golpistas de 8 de janeiro.
A PF encaminhou relatório à Corte em que conclui que houve "crime de opinião" por parte da deputada, mas entendeu que caberĂĄ ao Ministério PĂșblico Federal enquadrar a conduta dentre os chamados crimes contra a paz pĂșblica, previstos no Código Penal.
Os investigadores destacaram ainda que as declarações da deputada ocorreram quando ela ainda não estava protegida pela regra da imunidade por opiniões, palavras e votos.
A polĂcia citou que no dia 8 de janeiro - dia dos ataques violentos às sedes dos TrĂȘs Poderes - Waiãpi divulgou vĂdeos e endossou as condutas com o seguinte comentĂĄrio: "Povo toma a Esplanada dos Ministérios nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho".
"Inquirida pela PolĂcia Federal, a investigada reconheceu que fez a postagem questionada, mas negou que tenha participado da manifestação e pronunciado as frases que são ditas no vĂdeo, apresentando documentos que indicariam estar na Cidade do Rio de Janeiro no dia 08/01/2023. No caso, a parlamentar afirmou que teve acesso ao vĂdeo que versava sobre a invasão ao Congresso Nacional em um grupo de Whatsapp, e este estaria pĂșblico e disseminado na internet e nas redes sociais", afirmou a PF.
"Silvia Waiãpi confirmou que na publicação do vĂdeo inseriu a seguinte legenda: "Povo toma a Esplanada dos Ministério nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho". Embora sustente que a postagem teve sentido jornalĂstico de informação, é inegĂĄvel na legenda o apoio e aprovação à ação criminosa", continuou a polĂcia.
Os investigadores relataram ainda que é "possĂvel que a parlamentar tenha removido algum material comprometedor", jĂĄ que hĂĄ poucos materiais ainda sobre o tema em suas redes sociais.
Fonte: G1