Caso das joias: Depoimentos à PF relatam exclusão de documentos e procedimento fora do padrão

Por Redação em 21/04/2023 às 07:21:48

O caso das joias ganhou mais um desdobramento nas últimas semanas. Dessa vez, envolvendo o ex-braço direito de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid.

De acordo com o relato do ex-assessor da Presidência da República — e ex-subordinado de Cid — Cleiton Henrique Holzschuk à Polícia Federal, as joias que foram presente do príncipe saudita Mohammed bin Salman seriam destinadas ao acervo pessoal de Bolsonaro e Michelle. Essa informação teria sido confirmada pelo tenente-coronel Cid, em conversas no WhatsApp.

Cid, entretanto, não mencionou nenhuma conversa em seu depoimento à PF. De acordo com o coronel, ele apenas teria iniciado o processo de tentativa de regularização dos itens em dezembro de 2022, a pedido de Bolsonaro.

Ao ser acionado por seu ex-chefe para recuperar os artefatos da alfândega do Aeroporto de Guarulhos (SP), Cleiton teria incumbido a tarefa ao sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva e à secretária da Ajudância de Ordens e militar da Aeronáutica Priscilla Esteves das Chagas de Lima.

Segundo o “g1”, de onde são as informações, Priscilla teria ficado responsável pela preparação de documentos necessários para que o presidente pudesse receber o presente, mas efetuou o processo de forma fora do padrão.

Após a operação fracassar e os incumbidos de recuperar as joias não conseguirem fazê-lo, Cleiton teria solicitado que Priscilla excluísse o documento que alegava que o conjunto de R$16,5 milhões seria destinado ao acervo pessoal de Bolsonaro.

À PF, Priscilla relatou que Cleiton a teria informado que as joias seriam “um presente destinado ao Presidente da República”. No entanto, de acordo com o Tribunal de Contas da União, presentes recebidos por presidentes da República devem ser considerados públicos a menos que caracterizem “natureza personalíssima” ou que sejam de consumo direto.

Vale ressaltar que cabe ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) classificar os presentes recebidos. Caso a tentativa de recuperação conduzida por Cid, Cleiton, Jairo e Priscilla tivesse sido bem-sucedida, ela teria sido feita em desacordo com as normas do GADH até o final de 2022.

Fonte: Isto É

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