Harpia resgatada com tiro de arma de fogo na asa morre à espera de transferência para clínica em MT

Por Redação em 22/04/2023 às 16:22:19

O corpo do animal será enviado para o Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Sinop, para que sejam feitos estudos por conta da raridade da espécie, que também é ameaçada de extinção. Uma Harpia, ou gaviã-real, - considerada a maior ave de rapina no Brasil

Reprodução

A harpia resgatada com um tiro de arma de fogo na asa esquerda morreu, neste sábado (22), à espera de ser transferida para uma clínica veterinária em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, de acordo com o diretor regional da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Edivaldo Soares.

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A ave foi encontrada por moradores no assentamento Santa Clara em Santa Cruz do Xingu, na segunda-feira (17), que acionaram a Polícia Militar para levar a ave até uma clínica conveniada da Sema já com cinco dias de fratura exposta, o que aumentou a gravidade do quadro de saúde do animal.

Segundo Soares, o transporte para encaminhar a ave até a região metropolitana estava acertada.

"Já estava tudo alinhado para receber o animal na clínica Anjo da Guarda em Várzea Grande. Estava tudo certo. Acredito que eles nem visualizaram as mensagens sobre a morte da ave. Eu já estou despachando os outros veículos e motoristas. Foi muito chato. Nós perdemos a ave", contou.

A perda da harpia comoveu toda a equipe envolvida no resgate e na recuperação da saúde dela.

"Hoje deu uma queda de temperatura nela e, infelizmente, morreu. Foi muito triste porque estava uma expectativa muito boa para poder ter a vida dela tranquila, mesmo que não fosse voltar para o habitat natural dela, a gente ia tentar salvá-la", afirmou.

O corpo da harpia será enviado para o Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Sinop, para que sejam feitos estudos por conta da raridade da espécie, que também é ameaçada de extinção.

Harpia não resiste aos ferimentos e morre à espera de transferência para clínica em MT

Acervo pessoal/Cedida

Para o veterinário José Pereira, responsável pelo tratamento do animal, a ferida estava bastante necrosada por ter atingido os músculos da asa da ave, que dá apoio e equilíbrio para que ela possa voar. A equipe estava animada com os sinais de recuperação da ave nos últimos dias, mas ela não resistiu.

"Como ela estava muito desitratada foi feito fluidoterapia para hidratação e imobilização dessa asa com antibióticos, analgésicos e antinflamatórios. O atendimento padrão de emergência e incorporando a alimentação, um fator de grande importância. Então, ela começou com suplemento e depois passou a ingerir carne fresca e se readaptando a essa nova alimentação em ambiente de clínica. A gente estava bem animado com a recuperação", afirmou

Segundo Pereira, o resgate de animais silvestres precisa de mais atenção devido a alta demanda de casos como esse e o pouco atendimento especializado dispensado para as ocorrências, que continuam cada vez mais frequentes.

"É assim no estado inteiro, não só com esses animais que chamam atenção, mas araras e tamanduás na época da seca. É com frequência que eles precisam de atendimento. Até porque tem vários municípios que não tem esse atendimento e nem todas as pessoas que se deparam com o animal não o leva para ser atendido. A frequência existe e observo diariamente que tem muito acidente principalmente nas rodovias", contou.

Sem atendimento

O local mais próximo que a harpia poderia ter sido encaminhada após o resgate seria o Hospital Veterinário da UFMT, em Sinop. Contudo, o local deixou de atender ocorrências de animais silvestres por causa de uma dívida de quase R$ 300 mil da Sema com a unidade.

Resgate de animais silvestres

A Sema orienta que solicitações de resgate e denúncias de animais silvestres sejam realizadas por pelo número 190, da Polícia Militar, ou 193, do Corpo de Bombeiros.

Fonte: G1

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