Ajudante de Bolsonaro criou esquema de vacinas falsas para ajudar esposa a viajar, diz PF

Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito BRASÍLIA (Reuters) – O esquema de falsificação de dados de vacinação contra a Covid-19 que foi feito em benefício do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua filha foi criado ainda em 2021 por seu então ajudante de ordens, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, para permitir que sua mulher, Gabriela Cid, viajasse, de acordo com o relatório da investigação preparado pela Polícia Federal.

Por Redação em 04/05/2023 às 09:01:37

Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O esquema de falsificação de dados de vacinação contra a Covid-19 que foi feito em benefício do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua filha foi criado ainda em 2021 por seu então ajudante de ordens, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, para permitir que sua mulher, Gabriela Cid, viajasse, de acordo com o relatório da investigação preparado pela Polícia Federal.

Foram as mensagens do celular de Cid, espécie de “faz-tudo” e homem de confiança do ex-presidente preso nesta quarta, que levaram a polícia ao suposto esquema.

A polícia já monitorava suas comunicações porque o tenente-coronel é investigado por suposta atuação no vazamento de um inquérito sigiloso da PF usado por Bolsonaro em uma tentativa falsa para desacreditar as urnas eletrônicas. Cid também é um dos ouvidos no caso da entrada ilegal no Brasil de joias sauditas supostamente destinadas a Bolsonaro e a mulher.

A investigação que veio à tona nesta quarta mostra que, ainda em outubro de 2021, Cid fez contato com o então médico da presidência, Ricardo Camarinha, perguntando se a esposa poderia ser enquadrada na regra do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos entre as pessoas isentas de tomar a vacina por ter sopro no coração, e revela que Gabriela queria ir aos Estados Unidos em dezembro daquele ano.

Com a negativa de Camarinha, Cid então procura o sargento Luis Marcos dos Reis, seu subordinado na ajudância de ordens da Presidência, e pede ajuda para conseguir um cartão de vacinação falso para sua esposa.

Com ajuda de seu sobrinho, o médico Farley Vinicius Alcântara, o sargento conseguiu um cartão de vacinação do Estado de Goiás, preenchido com dados de vacinação — datas, tipo de vacina e lote — copiados do cartão de uma enfermeira da cidade de Cabeceiras (GO).

Com o documento em mãos, Cid pede ajuda ao segundo-sargento Eduardo Alves para tentar inserir os dados da mulher no ConectSUS, sistema do Ministério da Saúde onde é possível imprimir os certificados internacionais de vacinação.

A tentativa, no então, não deu certo porque os dados falsos eram de Goiás e a inserção no sistema estava sendo feita no Rio de Janeiro. Cid, então, pediu ajuda ao militar da reserva Ailton Gonçalves Barros, preso na operação da PF e ex-candidato a deputado estadual pelo PL, partido de Bolsonaro.

Ailton ajuda Cid na criação de outro cartão de vacinação em Duque de Caxias, onde os dados de Gabriela são inseridos pela no ConectSUS, com ajuda do vereador do Rio Marcello Moraes Siciliano, alvo de busca e apreensão na operação, e pela servidora da prefeitura Camila Alves Soares.

O esquema aberto por Cid em Duque de Caxias — então sob o comando do prefeito bolsonarista Washington Reis — foi usad

Fonte: Isto É

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