Profissionais de inteligência exonerados seguiram em grupos de WhatsApp e receberam informações do Sisbin sobre governo Lula

Os profissionais foram substituídos no novo governo, mas continuaram recebendo informações e alertas do Sistema Brasileiro de Inteligência pelo WhatsApp porque 'alguém' esqueceu de excluir os nomes do grupo.

Por Redação em 10/08/2023 às 10:18:30

Os profissionais foram substituídos no novo governo, mas continuaram recebendo informações e alertas do Sistema Brasileiro de Inteligência pelo WhatsApp porque 'alguém' esqueceu de excluir os nomes do grupo. Integrantes do governo Bolsonaro também foram informados sobre as movimentações do governo Lula pelo Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Os profissionais de inteligência que foram substituídos pelo novo governo continuaram recebendo informações e alertas do Sisbin pelo WhatsApp, canal usado pela Inteligência brasileira para trocar informes desde a transição. Isso aconteceu por um motivo prosaico: alguém "esqueceu" de tirar os nomes do exonerados dos grupos .

A mesma desculpa foi usada pelos militares do Gabinete de Segurança Integrada (GSI) que, a exemplo do Sisbin, "esqueceram" de tirar o nome do coronel Mauro Cid e do sargento Crivellati dos grupos de mails que recebiam informações sobre viagens do presidente Lula, como noticiou o jornalista Guilherme Amado. Mauro Cid está preso suspeito de tramar golpes - que vão desde os mais rasteiros, como falsificação de atestados de vacina, até os mais complexos, como os que atentam contra o estado democrático.

LEIA TAMBÉM:

GSI abrirá apuração sobre envio de detalhes da segurança de Lula a Cid; envolvidos serão afastados, diz Amaro

O esquecimento dos militares do GSI, ao que tudo indica, é seletivo. Eles não lembraram de tirar os nomes dos principais assessores de Bolsonaro dos grupos de mail, mas assim que retomaram a responsabilidade de fazer a segurança do presidente Lula, cancelaram todos os acessos dos servidores da Polícia Federal que cuidavam da missão.

Para relembrar: após a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, o governo criou a Secretaria Extraordinária de Segurança Presidencial, chefiada pela Polícia Federal. Assim, policiais federais, e não mais militares, ficaram encarregados de coordenar a segurança da família presidencial e do vice-presidente. Em junho, por pressão dos militares, Lula extinguiu a secretaria vinculada à Polícia Federal e devolveu a segurança ao GSI, chefiado pelo general Amaro. Voltaram os militares. Foi aí que o GSI bloqueou acesso dos policiais federais às informações.

A primeira dama Janja se recusou a ser acompanhada (ou vigiada, como se sabe agora) por militares e manteve policiais federais na sua segurança. A equipe que dá segurança a Janja relata que é obrigada a implorar por informações das viagens que a Janja fará com o presidente. O GSI afirma que não há previsão legal para repassar os dados. Assim como não havia para fornecer dados do governo Lula ao coronel Mauro Cid.

Em qualquer lugar do mundo, a manchete seria "Governo foi espionado". No Brasil, a manchete é que militares da área de inteligência são descuidados. O blog confirmou a notícia dada pelo jornalista Cleber Lourenço que Janja, agora, luta para convencer Lula a botar um civil do comando GSI, que já protagonizou cenas bizarras em governos anteriores: não impediu que Dilma fosse espionada, que Temer fosse gravado e que cocaína circulasse em avião da comitiva presidencial no governo Bolsonaro. Se o GSI sob comando militar fosse firma de segurança, dessas que cuidam de vigilância de portaria de condomínio, já teria quebrado.

Fonte: G1

Comunicar erro
Agro Noticia 728x90