A Seleção Brasileira começa bem a nova era

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Por Redação em 10/09/2023 às 22:57:39

Com Fernando Diniz no comando técnico mostrou esboço de equipe coletivamente bem organizada A Seleção Brasileira começou bem a nova era, sob o comando de Fernando Diniz. Cumprindo o primeiro jogo das Eliminatórias da Copa 2026 - América do Sul, goleou a Bolívia por 5 a 1 e mostrou esboço de equipe bem organizada. Já era esperada uma vitória fácil devido a Seleção Boliviana ser técnica e taticamente inferior, mas o que foi apresentado mostrou que nossa Seleção começou a ter alguns movimentos característicos da nova filosofia.

A formatação mais ofensiva é outro diferencial, com relação à gestão anterior. O meio-campo foi formado por Casemiro e Bruno Guimarães, que conseguiram fazer a proteção da zaga e funcionar como meios-campistas de criação, quando a equipe recuperava a posse da bola. Assim, a Seleção se tornou mais criativa e proporcionou maior liberdade para que Neymar flutuasse como principal articulador neste setor, sem ter obrigações defensivas.

Neymar com Tite, tinha um posicionamento mais restrito, jogando mais aberto pela esquerda e tendo que voltar para recompor a marcação no setor defensivo, sendo mais exigido fisicamente e tendo reduzida sua capacidade técnica no ataque. Com a liberdade que teve contra a Bolívia, o meia-atacante funcionou como meio-campista clássico, jogou de frente para o ataque e distribuiu as jogadas com passes precisos. Sua mobilidade qualificou a criatividade da equipe.

A participação dos pontas, também mudou, pois na gestão de Tite ficavam mais fixos e não derivavam para o meio campo. Tanto Rodrygo como Raphinha mostraram maior movimentação dificultando a marcação boliviana. De modo geral, a performance ofensiva brasileira evoluiu consideravelmente, apesar dos poucos treinos que foram efetuados com Diniz no comando técnico.

A compactação mostrada pela equipe canarinho foi outro diferencial, que proporcionou uma atuação mais linear. É necessário se levar em conta, que a Bolívia praticamente não ofereceu resistência à Seleção Brasileira, o que não permite que a análise do rendimento do setor defensivo seja feita de forma criteriosa, pois o mesmo quase não foi exigido.

Mas, já foi possível identificar um posicionamento diferente da Seleção, com um número maior de jogadores na região onde se encontrava a bola e consequentemente um grupo mais focado. Esse conceito é valorizado pelo treinador interino e deverá se tornar marca constante da equipe brasileira, ao longo de seu trabalho.

Em algumas ocasiões quando nossa Seleção estava voltada para o ataque, o setor defensivo ficou desguarnecido, facilitando a criação de jogadas perigosas do adversário, que felizmente nesse jogo não foi danoso. Ainda, existem alguns movimentos que precisam e irão evoluir com certeza, pois com o passar do tempo, o time irá se habituar com os novos conceitos.

A atuação da Seleção Brasileira não pode ser considerada perfeita taticamente, porque a equipe demorou a executar a troca de passes de maneira rápida e eficiente. Mas, a partir do momento que foi marcado o primeiro gol brasileiro, o cenário se modificou. A equipe canarinho mostrou maior confiança e tranquilidade, transformando a superioridade técnica em números no placar.

A pressão pós-perda efetuada pela Seleção Brasileira foi efetiva e impediu que a Seleção da Bolívia respirasse. De modo geral, a performance ofensiva do Brasil pode ser considerada acima do esperado, uma vez que foram criadas muitas oportunidades além das concretizadas em gol no resultado final. Desta forma, poderia ser construída vitória mais elástica, se não fossem as defesas importantes efetuadas pelo goleiro boliviano Viscarra.

O que mais me agradou foi a postura de protagonista que nossa Seleção assumiu desde o início da partida e que se manteve ofensiva, mesmo quando a vitória já estava consolidada. Essa mudança de conceito, que faz parte da plataforma de Diniz, torna a equipe mais competitiva durante todo o jogo, unindo resultado com a beleza estética do jogo.

Nossa seleção merece jogar bonito novamente, trazendo de volta esse diferencial que já fez parte do seu DNA. O desafio é manter-se equilibrada técnica e taticamente contra potências mundiais, uma vez que atualmente é somente o esboço de uma equipe coletivamente bem estruturada.

Parece óbvio, mas em qualquer construção, o segundo tijolo só poderá ser colocado após o primeiro. Muitos teste serão feitos e oscilações fatalmente acontecerão, mas o importante é que o primeiro passo foi dado.

O próximo adversário será o Peru, que é uma equipe mais organizada, com maior poder ofensivo e exigirá maior atenção do setor defensivo brasileiro. Agora, a expectativa é para ver como será a estrutura tática da equipe, jogando fora de casa e com adversário mais qualificado.

Fonte: Globo Esporte/G1

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