Arthur Maia critica decisão de Nunes Marques que permitiu ex-subsecretária do DF faltar à CPMI

Por Redação em 12/09/2023 às 14:00:06

Foto: Reprodução internet

O presidente da CPMI do 8 Janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), classificou como "lamentĂĄvel" a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques que livrou a ex-subsecretĂĄria de InteligĂȘncia da Secretaria de Segurança PĂșblica do Distrito Federal MarĂ­lia de Alencar de prestar depoimento.

"É sem dĂșvida lamentĂĄvel que um episódio como esse aconteça. LamentĂĄvel em função da condição que o STF através da lavra e de uma decisão democrĂĄtica se coloca contra o conjunto de uma CPI formada pelo conjunto de senadores e deputados, e que representa ao fim e ao cabo as duas casas do Congresso Nacional", argumentou Maia.

A oitiva estava marcada para esta terça-feira, 12. Na segunda-feira, 11, Nunes Marques concedeu um habeas corpus desobrigando MarĂ­lia a comparecer. Para Maia, a decisão do ministro fere o equilĂ­brio entre os Poderes.

"Não hĂĄ dĂșvida que uma decisão monocrĂĄtica superando uma convocação desta comissão evidencia a falta de equilĂ­brio entre os Poderes, porque logicamente que um aposição isolada, de um Ășnico ministro, possa se sobrepor a uma decisão conjunta, unanima, de uma comissão parlamentar de inquérito, que tem sim poderes investigativos", afirmou Maia.

MarĂ­lia atuava como subsecretĂĄria de InteligĂȘncia da Secretaria de Segurança PĂșblica do Distrito Federal no dia 8 de Janeiro. Ela tinha como atribuição produzir relatórios e outros documentos que informassem sobre os riscos de violĂȘncia nas manifestações convocadas para a primeira semana deste ano.

O presidente da CPMI ainda apontou incongruĂȘncias no posicionamento do STF como um todo, pois, segundo ele, outras pessoas convocadas que teriam motivos para não comparecer à CPMI foram obrigados a prestar depoimento por decisões de outros ministros da Corte. "Isso demonstra claramente um falta de isonomia de direitos praticada pelo Supremo Tribunal Federal, porque, como vocĂȘ pode admitir que um mesmo pedido é dado a um e negado a outro deliberadamente?", questionou Maia.

"O Supremo deveria, ao meu ver, ao meu modesto e humilde ver, ter pelo menos uma posição idĂȘntica, hegemônica, para todos aqueles que solicitassem não vir à CPMI. Mas não é certamente de acordo com as leis e os princĂ­pios constitucionais a depender da sorte, a depender da roleta da distribuição de um processo de habeas corpus, um tenha o direito de não vir e o outro tenha a obrigação de vir. Isso, com certeza, não estĂĄ de acordo com a melhor Justiça", disparou o parlamentar.

Fonte: Isto É

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