'Algo que não pode acontecer', diz Lula sobre morte da menina Heloísa em ação da PRF

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Por Redação em 16/09/2023 às 17:14:06

Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, morreu 9 dias após ter sido baleada na cabeça em ação da PRF na Baixada Fluminense. Presidente afirmou que menina foi 'atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população'. Lula em agenda em 28 de agosto de 2023

REUTERS/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (16) que a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada em abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Seropédica (RJ) é "algo que não pode acontecer".

Heloísa morreu neste sábado, 9 dias após ter sido baleada na cabeça em uma abordagem da PRF no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica.

A menina foi baleada dentro do carro de sua família. Ela estava acompanhada do pais, da irmã de 8 anos e de uma tia. Dois disparos de fuzil atingiram Heloísa.

Em uma rede social, Lula afirmou que a criança foi "atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população" e que a "dor de perder uma filha é tão grande que não tem nome".

"Morreu hoje a pequena Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos, atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população. Algo que não pode acontecer. A dor de perder uma filha é tão grande que não tem nome para essa perda. Não há o que console. Meus sentimentos e solidariedade aos pais e demais familiares."

A primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, também foi às redes sociais para comentar o caso. Janja pediu "justiça por Heloísa".

"Basta de ver nossas crianças morrerem. Quem deveria proteger, mata! Justiça por Heloísa", escreveu.

Mais cedo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a Polícia Federal investiga a ação de agentes da PRF envolvidos na morte de Heloísa.

Segundo Dino, a investigação da PF é mais uma das ações do Ministério da Justiça para apurar o caso, classificado por ele como uma "tragédia". Um processo administrativo da PRF já apura eventuais responsabilidades na ação.

O Ministério Público Federal pediu à Justiça a prisão preventiva de três agentes da corporação envolvidos na morte de Heloísa: Fabiano Menacho Ferreira — que admitiu ter feito os disparos —, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva.

O caso

Morre Heloísa, menina baleada por agente da PRF

O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira, que admitiu ter feito os disparos contra o carro da família de Heloísa, declarou ter ouvido disparos vindos da direção do carro e atirado 3 vezes. Segundo ele, a placa indicava que o veículo era roubado.

O pai de Heloísa, William Silva, que dirigia o veículo, disse que passou pelo posto da PRF e não foi abordado em nenhum momento, mas percebeu que uma viatura da polícia passou a segui-lo e ficou muito próximo ao seu carro.

A família também afirmou não ter conhecimento de que havia comprado um carro roubado.

A morte de Heloísa repercutiu no meio político. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que "um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses - e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais -, merece ter a sua existência repensada".

O advogado-geral da União, Jorge Messias, disse que determinou que a Procuradoria-Geral da União (PGU) "acompanhe imediatamente o caso para avaliar eventual responsabilização na seara cível".

O que diz a PRF

PRF divulga nota de pesar pela morte de Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos

Reprodução

Em nota, a PRF disse se solidarizar com os familiares da criança. Também afirmou que a Comissão de Direitos Humanos segue acompanhando a família "para acolhimento e apoio psicológico".

O que dizem os policiais envolvidos

No primeiro depoimento dos policiais prestado à Polícia Civil, Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos de fuzil que atingiram a menina.

Ele disse que os policiais tiveram a atenção voltada para o veículo Peugeot 207, e que a placa indicava que o carro era roubado.

Eles seguiram atrás do veículo, ligaram o giroflex e acionaram a sirene para que o condutor parasse, mas que, depois de cerca de 10 segundos atrás do veículo, escutaram um som de disparo de arma de fogo e chegaram a se abaixar dentro da viatura.

Fabiano Menacho disse que, então, disparou três vezes com o fuzil na direção do Peugeot porque a situação o fez supor que o disparo que ouviu veio do veículo da família de Heloísa.

Os outros agentes, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.

Desde o primeiro momento, a família disse que o tiro partiu de uma viatura da PRF.

Fonte: G1

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