Deputado propõe criar shopping no lugar do estacionamento da Alesp

Transformar o estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em um shopping com cinema, academia, praça de alimentação, serviços públicos como emissão de documentos e cartórios, além de três andares subterrâneos de garagem para os servidores da Casa e visitantes.

Por Redação em 26/09/2023 às 22:07:36

Foto: Reprodução internet

Transformar o estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em um shopping com cinema, academia, praça de alimentação, serviços públicos como emissão de documentos e cartórios, além de três andares subterrâneos de garagem para os servidores da Casa e visitantes. Essa é a proposta apresentada pelo deputado estadual Reis (PT) nesta terça-feira, 26. Segundo ele, o projeto renderá verbas para a área da saúde e para o próprio Legislativo paulista.

O projeto de resolução 46/2023 apenas autoriza a Alesp a realizar parceria público-privada para a construção do shopping. Não há projeção de quanto custaria a obra. Procurada, a Mesa Diretora informou por meio da assessoria de imprensa que trata-se de uma iniciativa do parlamentar, que tem liberdade para apresentar projetos, mas que não há qualquer discussão administrativa sobre a construção do shopping.

O deputado estadual Reis (PT) avalia que o estacionamento está subutilizado e defende a construção de um shopping na Alesp

O deputado estadual Reis (PT) avalia que o estacionamento está subutilizado e defende a construção de um shopping na Alesp Foto: Marco A. Cardelino/Alesp

Ao Estadão, Reis, que está em seu primeiro mandato, disse que já houve discussão sobre a ampliação do estacionamento da Alesp no passado. A partir disso, ele decidiu apresentar o projeto para gerar debate sobre o uso da área, que ele considera subutilizada.

“Não vou dizer que é uma ideia que tem 100% chances de prosperar, mas ela provoca um debate que, de repente, pode convencer os atores principais e, dentro desse convencimento, ter a parceria público-privada em vez de ficar aquele imóvel parado e sem produzir recursos para o Estado”, afirmou o deputado. O projeto de resolução precisa ser aprovado pela maioria simples dos 94 deputados.

Projeto não teria custos para Alesp e parte do lucro seria destinado a hospital

Na justificativa do projeto, Reis afirma que todos os custos do empreendimento, como estudos técnicos, as obras e a gestão comercial, serão arcados pela iniciativa privada. “Quem vai arcar é o investidor. Não se pode ter dinheiro público. A Alesp já está entrando com o terreno”, disse o parlamentar.

A proposta é que o parceiro privado explore comercialmente o espaço por 30 anos, renováveis por igual período. Descontadas as despesas de manutenção do shopping, o deputado propõe que a administração do empreendimento fique com 25% das receitas. Os 75% restantes seriam divididos em parcelas iguais entre a Alesp, o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE-SP) e instituições sem fins lucrativos que prestam serviços sociais. Os critérios para a definição das instituições beneficiadas seriam definidos posteriormente.

Reis argumenta que a iniciativa proporcionará uma relação de “ganha-ganha” entre a sociedade, a empresa responsável pelo eventual shopping e a Alesp. “Também merece consideração o fato de que a iniciativa tende a atrair um maior número de pessoas para as imediações do Parlamento, estreitando a interação entre a sociedade e as ações deste Poder, com a ressalva de que não se vislumbra alterações significativas na infraestrutura da região, que já conta com grande densidade de visitantes em razão do Parque do Ibirapuera”, justificou o petista.

A proposta é similar à encampada pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em 2015. Quando comandava o Legislativo federal, ele pretendia gastar R$ 1 bilhão para reformar um dos anexos da Casa e transformá-lo em shopping com novos gabinetes e estacionamento subterrâneo para os parlamentares, além de escritórios, lojas e restaurantes. O projeto não foi para frente já que Cunha foi afastado do comando da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano seguinte por atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

Fonte: Isto É

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