CNJ investiga participação de servidores em soltura de miliciano no RJ

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Por Redação em 01/11/2023 às 07:50:02

Auditoria vai apurar circunstâncias em que o mandado de prisão de Pet foi protocolado no banco nacional. Peterson Luiz de Almeida

JN

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) abriu auditoria para apurar como o miliciano Peterson Luiz de Almeida, o Pet, foi solto no último domingo (29) mesmo com mandado de prisão contra ele.

Como mostrou o Estúdio i, Pet foi libertado após a Polícia Civil ter informado a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) do Rio de Janeiro não ter nenhum pedido de prisão em aberto. O TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) afirma ter seguido as normas e ter inserido "adequadamente" o documento no BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão). Mas mesmo na segunda-feira (30), um dia após a soltura, a ordem não constava no sistema.

Integrantes do CNJ suspeitam de falha humana de servidores do TJRJ no episódio. A investigação quer descobrir se o erro foi intencional e se há corrupção. Será apurado quem registrou o documento no sistema e em qual dia ou horário.

A auditoria não se restringirá ao caso de Peterson de Almeida. Como erros semelhantes têm sido frequentes no TJRJ, outras decisões devem ser escrutinadas.

Conselheiros do CNJ garantem, de forma reservada, que o BNMP é seguro e não apresenta vulnerabilidades e que não há suspeita de invasão hacker ao sistema. Afirmam ainda que a nota divulgada pelo TJRJ pegou muito mal no conselho, porque, nela, o tribunal se isenta completamente de responsabilidades.

Na noite desta terça-feira (31), o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) soltou nota na qual afirma ter aberto um inquérito civil para apurar as responsabilidades envolvendo a soltura de Peterson Almeida. "Diligências iniciais da PJTSP apontam falha no funcionamento do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) administrado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) referente ao registro de mandados de prisão, além de restrições de acesso ao banco por parte dos órgãos de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro", diz a nota.

O MPRJ diz ainda que não há um protocolo institucional que estabeleça um fluxo adequado de comunicação entre os órgãos do Judiciário e a Seap. "Na ausência de protocolos de comunicação, a investigação observa a adoção de práticas informais que geram inconsistências, insegurança jurídica e até mesmo espaço para práticas ilícitas por serem apuradas, ora promovendo a soltura indevida, ora acarretando retenção injustificada de pessoas privadas de liberdade", completa.

Fonte: G1

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