Michelle diz que Flávio Dino é "lobo em pele de cordeiro" e que não existe "comunista cristão"

Por Redação em 03/12/2023 às 12:53:24

Foto: Reprodução internet

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro criticou a indicação do ministro da Justiça, FlĂĄvio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF), em discurso neste sĂĄbado, 2. Em evento do PL Mulher no Rio Grande do Norte, ela afirmou que "não existe comunista cristão" e disse que Dino é um "lobo em pele de cordeiro". Michelle ainda reproduziu a informação enganosa de que o ministro teria dito que segue o que Lenin pregava, o que incluiria "destruir a famĂ­lia e a espiritualidade".

No discurso, a ex-primeira-dama afirmou que seus adversĂĄrios polĂ­ticos disseminam "ideologias malignas" e são "pessoas do mal, sim". Ela opinou que o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva enganou os eleitores cristãos com a indicação de Dino ao STF. "Sabe o que é enganar? Quando o lĂ­der assina um acordo com a igreja e agora indica um senhor extremamente comunista para o STF. Isso é falso moralismo e isso é enganar e ludibriar os cristãos", discursou.

"AĂ­ o senhor indicado para o STF fala assim: 'sou comunista, graças a Deus'. Isso é uma doença. Ele precisa ter a verdade na vida dele. Esse é o papel do pai da mentira: te enganar, distorcer", acrescentou.

Michelle continuou dizendo que Dino "combate a famĂ­lia e os bons costumes". Em seguida, ela reproduziu uma fake news sobre o ministro que circulou nas redes sociais esta semana e foi desmentida pelo Estadão Verifica.

Em um vĂ­deo compartilhado por usuĂĄrios no Instagram, Dino afirma que faz o que o lĂ­der soviético Vladmir Lenin recomendava, ou seja, usar o "idiota Ăștil" na linha de frente, incitar o "ódio de classe" e "destruir a famĂ­lia e a espiritualidade".

Na realidade, as frases foram falsamente atribuĂ­das ao russo. O que Dino queria dizer, e que foi cortado do vĂ­deo que circula nas redes, é que na visão de Lenin, a recomendação era a "anĂĄlise concreta da situação concreta".

Na sequĂȘncia, Michelle criticou Dino por publicar uma foto com o arcebispo de BrasĂ­lia, Paulo Cezar Costa. Os dois posaram juntos segurando a BĂ­blia. "Hoje visitei o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de BrasĂ­lia, que me acolheu com muita fraternidade, bençãos e palavras de Fé. E me presenteou com uma bela edição da BĂ­blia, que estarĂĄ comigo nos próximos anos", escreveu o ministro na postagem.

No discurso, Michelle afirmou: "Se ele é comunista, ele é contra os valores e princĂ­pios cristãos. Porque o comunismo foi o que mais perseguiu os cristãos. Não existe comunista crstão. É de contramão com a palavra de Deus. A gente não pode aceitar esse tipo de gente no poder".

A ex-primeira-dama também criticou outros setores do governo, em especial os gastos com publicidade e com viagens do presidente e da atual primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. Michelle a apelidou de "viajajante". "Pregam o comunismo e amam tudo que o capitalismo pode proporcionar. E amam viajar, viu? É uma duplinha que ama viajar", ironizou.

Em outro momento da fala, Michelle disse ser perseguida politicamente. Ela citou episódios em que teria recebido transferĂȘncias em cheque do ex-assessor parlamentar FabrĂ­cio Queiroz e joias presenteadas por governos estrangeiros.

A ex-primeira-dama afirmou que os adversĂĄrios polĂ­ticos inventam narrativas mentirosas. "Eles matam. Eles se envolvem em corrupção e tira do povo, matam as pessoas em filas de hospitais. Eles assassinam reputações. Destroem a moral, destroem a sociedade com ideologias malignas. Eles são pessoas do mal, sim", discursou.

Michelle convoca 'mulheres de bem'

A ex-primeira-dama afirmou que o objetivo do PL é formar novas lideranças "femininas", não "feministas", e convocou as "mulheres de bem" a se juntarem à legenda. Michelle ressaltou que, apesar da vida corrida, gosta de "cuidar do meu galego dos olhos azuis", em referĂȘncia a Bolsonaro.

Para a ex-primeira-dama, as mulheres tĂȘm um jeito diferente de fazer polĂ­tica, porque sabem "transformar dor em causa". "A cota é importante? É, mas nós queremos a mulher porque ela é a protagonista da própria história. Diferente do atual 'desgoverno', que só valoriza a mulher em época de campanha", discursou.

A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de Michelle.

Fonte: Isto É

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