Campanha de vacinação se encerra nesta sexta com pouco mais da metade das crianças protegidas contra a pólio em BH

Por Redação em 04/12/2020 às 05:42:30

Campanha de imunização contra o sarampo também termina em todo o estado nesta sexta. É possível ir aos postos de saúde atualizar a proteção mesmo após o fim da campanha. Vacina contra a pólio é aplicada em gotas

Venilton Kuchler/Arquivo AEN

Prorrogada duas vezes neste ano por causa da baixa adesão das pessoas, a campanha de vacinação se encerra de vez nesta sexta-feira (4) em todo o estado.

O programa de imunização contra a poliomelite, que tem como público-alvo crianças com menos de 5 anos de idade, teve início em todo o Brasil no dia 5 de outubro. No dia 29/10, o governo de Minas decidiu prorrogar a campanha pela primeira vez, até 20 de novembro. Em seguida, como a cobertura vacinal ainda estava bem abaixo da meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde, de 95%, a campanha foi prorrogada uma segunda vez, até 4 de dezembro.

E chegamos a este 4 de dezembro com uma cobertura vacinal ainda bem aquém do esperado. Em todo o estado, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), 826.730 crianças foram vacinadas, de um total de 1.034.782 estimado como público-alvo, o que corresponde a uma cobertura de 79,89% da meta de 95%.

Considerando Belo Horizonte, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a cobertura vacinal até o momento foi de pouco mais da metade – 58,3% – das crianças de 1 a 4 anos.

A pasta municipal faz uma ponderação, no entanto: "Qualquer pessoa que precisar ser vacinada pode ir a um dos 152 Centros de Saúde do município e receber as doses pendentes".

Ou seja, mesmo acabada a campanha, que tem o objetivo maior de dar publicidade à importância de a vacinação estar em dia, as pessoas ainda podem buscar a imunização a qualquer momento, ao longo do ano.

Os endereços e horários de funcionamento das unidades da capital podem ser acessados no portal da prefeitura.

"A Prefeitura reforça que é fundamental que os responsáveis levem suas crianças aos centros de saúde, juntamente com a caderneta de vacinação para conferência das doses aplicadas e uma melhor avaliação das vacinas e doses pendentes", lembrou a Secretaria Municipal de Saúde.

As salas de vacina, em todos os centros de saúde, funcionam normalmente de segunda a sexta-feira. "Devido à pandemia, para entrada nas unidades de saúde é obrigatório o uso de máscaras, exceto em crianças de até dois anos. As medidas para distanciamento também são tomadas nas unidades", alerta a pasta.

Sarampo tem cobertura ainda menor

Facilmente prevenível por vacina, o sarampo voltou com tudo ao Brasil a partir de 2018.

Getty Images via BBC

A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que começou em março, também se encerra nesta sexta-feira.

A cobertura vacinal para o sarampo está ainda menor que no caso da poliomelite.

Em todo o estado, até o momento, 3.429.301 pessoas, de um total de 9.242.747, foram imunizadas – ou 37,1% da meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS), também de 95%.

Em BH, apenas 11,3% do público-alvo, que são adultos de 20 a 49 anos, foram vacinados.

O risco de a pólio voltar

Zé Gotinha, personagem das campanhas de vacinação contra pólio, em material de divulgação do Ministério da Saúde em 2016

Reprodução/Ministério da Saúde

É importante lembrar que não existe tratamento para a poliomielite e a única forma de prevenção é a vacinação. A vacina é extremamente segura e possui eficácia entre 90% e 95% para a doença, ressalta o Ministério da Saúde.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, as baixas coberturas vacinais têm graves consequências quando o assunto é saúde pública.

"Entre os anos de 2017 e 2019, o estado enfrentou epidemia de febre amarela e surto de sarampo, respectivamente, em decorrência das baixas coberturas registradas", disse a pasta.

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.

O Brasil está livre da poliomielite desde 1990 e, em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu território.

Entretanto, ainda existem países endêmicos detectando casos da doença. Por isso, a vacinação é fundamental para que casos de paralisia infantil não voltem a ser registrados no Brasil.

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Fonte: G1

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