Idosa que mora sozinha coloca flores e cartaz para comemorar a volta de vizinha que estava viajando: "Saudade"

Elza Bisinoti, de 82 anos, preparou surpresa para recepcionar amiga, que tem sido sua única companhia durante a pandemia. Vizinhas há quase 40 anos, as duas conversam por cima do muro para manter o isolamento, em Pires do Rio. Aposentada escreveu mensagem e deixou flores para recepcionar vizinha, em Pires do Rio

Reprodução/Facebook

A aposentada Elza Bisinoti Rosa, de 82 anos, decidiu fazer uma surpresa para recepcionar sua vizinha, que é sua única companhia durante a pandemia e estava viajando. A idosa deixou flores e um cartaz na janela da amiga Mariana Canuto Nunes, de 70 anos, com a seguinte frase: “Seja bem-vinda, estou com saudade”.

As duas moram lado a lado em Pires do Rio, no sudeste de Goiás, e conversam por cima do muro, já que estão respeitando o isolamento social. Depois que Mariana viajou para visitar a filha por duas semanas em Anápolis, a 60 km de distância, a aposentada passou a se sentir sozinha e até brincou com a amiga, deixando um primeiro cartaz com a frase: “Abandono de vizinha, estou triste”.

“Nós somos como irmãs, somos vizinhas e comadres há quase 40 anos. Ela é minha companhia. Fiquei feliz que ela estava voltando, catei umas rosas no meu quintal, escrevi no papelão e coloquei na grade”, conta a idosa.

Elza conta que elas se ajudam em tudo. “Ela achou bom demais, ficou muito feliz e disse que ia tirar uma foto para mandar para a filha dela. A gente se fala todo dia pelo muro, tudo que ela faz, ela me dá: de cafezinho a prato de almoço. Eu moro sozinha e também dou o que faço para ela, trocamos mudas de flores pelo muro também”, comenta Elza.

Mariana até postou nas redes sociais a homenagem que recebeu. "Foi muito bom", disse ao G1.

A filha da aposentada, Aparecida Vaz Rosa, de 55 anos, que mora em Goiânia, conta que, desde quando a pandemia começou, Mariana é quem tem feito companhia para a mãe.

“Tem um ano que não vejo minha mãe. Meus irmãos que moram em Pires do Rio deixam as coisas para ela no portão. E ela não tem internet, não sabe mexer, então a vizinha tem sido a única companhia dela”, conta Aparecida.

Segundo Aparecida, para tentar suprir a saudade, os irmãos ligam todos os dias para a aposentada. “A gente liga sempre, mas ela estava com muita saudade da vizinha e ficou muito feliz que ela voltou hoje”, diz.

Elza Bisinoti e Mariana Canuto, vizinhas há quase 40 anos, em Pires do Rio, Goiás

Reprodução/Arquivo pessoal

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