Seleção chegará à Copa do Mundo para brigar pelo título ou com time comum? Há razões para a dúvida

Por Redação em 09/06/2021 às 05:21:01

Seleção SporTV discutiu geração brasileira. É comum ou diferenciada? Essa dúvida existiu antes de outras conquistas de Mundiais O Seleção SporTV discutiu na última terça-feira, antes da vitória sobre o Paraguai, a qualidade da geração brasileira. Será a mais comum seleção de todas as épocas? O Brasil faz tudo certo, mas não arranca ainda o brilho no olhar, por um drible, uma jogada, um gol de placa. Taticamente, é muito forte. Mas e a geração? É a mais comum a se aproximar de uma disputa de Copa do Mundo?

Dos 23 convocados, dez são titulares de clubes que disputam os títulos mais importantes da Europa: Alisson, Firmino e Fabinho (Liverpool), Éderson (Manchester City), Thiago Silva (Chelsea), Militão, Vinicius Junior e Casemiro (Real Madrid), Neymar e Marquinhos (Paris Saint-Germain). Não está aqui escalado Gabriel Jesus, reserva do Manchester City.

Melhores momentos de Paraguai 2 x 0 Brasil pela oitava rodada das Eliminatórias da Copa

Todos os demais são importantes, a ponto de Militão, titular nas duas semifinais da Champions League, e Vinicius Junior, titular no primeiro jogo contra o Chelsea. É verdade que é uma geração de coadjuvantes no ataque e protagonistas na defesa -- o que também significa composição de equipe. É diferente de quando o Brasil de 1994 tinha Bebeto, do La Coruña, e Bebeto, do Barcelona, ou com Rivaldo e Ronaldo, apesar de estarem machucados às vésperas da Copa do Mundo de 2002.

Parece um problema das seleções modernas. A França campeã mundial de 2018 tinha jogadores fabulosos como Pogba, em litígio com Mourinho no Manchester United, ou Mbappé, protagonista do Paris Saint-Germain, mas ainda garoto. Mas foi uma seleção de marcação atrás da linha do meio-de-campo. Correta e sem brilho.

A Alemanha de 2014 teve mais brilho, embora tenha precisado da prorrogação para vencer a Argélia e de um magro 1 x 0 contra a França, antes do 7 x 1 no Brasil. Os campeões do mundo têm sido times coletivos, não de brilho individual.

O Brasil está neste caminho. Mas é claro que sonhamos com o encantamento, com as vitórias repletas de gols, tabelinhas, jogadas de efeito.

Esquecemos, muitas vezes, que seleções campeãs do mundo foram discutidas. Antes da Copa de 1994, Taffarel estava na Reggiana e chegou a treinar na linha, no Parma, no ano anterior. Dunga era jogador do Stuttgart e os protagonistas brasileiros jogavam na Espanha, não na meca do futebol da época, a Itália. Sim, havia Bebeto e Romário. Mas desconfiava-se da seleção.

Um ano antes de ser campeão mundial na Ásia, o Brasil perdeu para Honduras por 2 x 0 e foi eliminado da Copa América. Parecia o fim dos tempos do futebol brasileiro. Havia quem dissesse que Rivaldo não tinha posição. Não era meia, nem atacante. Ronaldo estava machucado e a seleção não tinha centroavante.

Os jogadores de meio-de-campo eram Gilberto Silva e Kléberson. Pouca gente os conhecia um ano antes da Copa e ninguém os julgava jogadores de seleção. Ronaldinho, o grande talento, jogava no Paris Saint-Germain, não brigava por nada em termos de títulos, nem na França.

O Brasil tem, hoje, uma seleção organizada. Também tem excelentes jogadores, mas o futebol do Brasil sofre de um mal da globalização: a síndrome de coadjuvantes. Há muitos que não conseguem ser protagonistas na Europa, como Gabriel Jesus. Eles precisam ser lembrados de que têm a capacidade de a necessidade de decidirem os jogos mais importantes para a seleção.

Só assim haverá uma geração capaz de ser vista como uma das mais talentosas da Europa e de espantar a ideia de que é tão comum quanto as de 2010, 2014 e 2018.

Fonte: Globo Esporte/G1

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