Após reunião com Mourão, novo embaixador da Noruega diz que Brasil precisa de plano concreto contra o desmatamento

Por Redação em 18/10/2021 às 12:35:08

Odd Magne Rudd discutiu com o vice-presidente ações de preservação na Amazônia. A Noruega financia o Fundo Amazônia, parado desde 2019. O embaixador da Noruega, Odd Magne Rudd, falou com jornalistas após reunião com Mourão

Guilherme Mazui/g1

O novo embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Rudd, afirmou nesta segunda-feira (18), após reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, que o Brasil precisa de um plano concreto para o desmatamento.

Rudd deu a declaração a jornalistas após a audiência com Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia e tenta destravar o Fundo Amazônia. A Noruega é um dos países financiadores.

“Nós temos algumas discordâncias sobre o Fundo da Amazônia, mas estamos prontos para conversar”, disse o embaixador, que acrescentou:

“O Brasil precisa de um plano concreto para o desmatamento, precisa acordar um estilo de gestão do comitê.”

Criado em 2008 para financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização, o Fundo Amazônia está parado desde abril de 2019, quando o governo Bolsonaro extinguiu os colegiados Comitê Orientador (COFA) e o Comitê Técnico (CTFA), que formavam a base do Fundo.

À época, Noruega suspendeu repasses ao fundo. Em resposta, Bolsonaro afirmou que o Brasil não precisava do dinheiro da Alemanha para preservar a Amazônia. No ano passado, a rede Observatório do Clima apontou que o fundo tem cerca de R$ 2,9 bilhões parados.

Mourão

Mourão está desde fevereiro de 2020 à frente do Conselho da Amazônia. Em abril passado, ele afirmou que o Brasil pretende reduzir pouco a pouco o desmatamento ilegal até zerar a prática em 2030.

Na oportunidade, o conselho oficializou o Plano Amazônia 2021/2022 que indicou uma meta. A meta, contudo, é menor do que a quantidade de desmatamento registrada no governo Bolsonaro.

O texto prevê reduzir o desmatamento, até o fim de 2022, aos níveis do que foi registrado, na média, entre 2016 e 2020.

Entretanto, na prática, segundo a rede Observatório do Clima (OC), o objetivo do governo não é reduzir, mas deixar a Amazônia ao final de 2022 com uma devastação "apenas" 16% maior do que a registrada no período anterior ao governo Bolsonaro.

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Fonte: G1

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