Bolsonaro pode ter canal removido do YouTube se receber 3 avisos de violação; entenda regras

Por Redação em 26/10/2021 às 05:20:52

Depois de live com mentiras sobre vacina da Covid e Aids, canal não pode publicar vídeos e fazer transmissões ao vivo por uma semana. Se novas violações acontecerem em 90 dias, perfil do presidente pode sair do ar permanentemente. Live em que Bolsonaro propaga mentira sobre vacina contra Covid foi removida pelo YouTube

Reprodução/YouTube

O canal do presidente Jair Bolsonaro pode ser removido do YouTube se receber 3 avisos de violação, de acordo com as diretrizes da plataforma.

Nesta segunda-feira (25), um vídeo com mentiras sobre a relação entre vacina da Covid e Aids foi removido do perfil de Bolsonaro. O g1 apurou que o canal ficará suspenso por uma semana, o que impede a publicação de novos vídeos e transmissões ao vivo.

A ação do YouTube aconteceu depois de o Facebook retirar do ar publicação com o mesmo conteúdo falso. Por sua vez, o Twitter sinalizou post de Bolsonaro que leva a vídeo com a mesma mentira, mas manteve link no ar.

SAIBA MAIS

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Relembre: outros casos em que redes sociais removeram posts de Bolsonaro

O YouTube disse que a publicação de 21 de outubro foi removida por violar suas diretrizes de desinformação médica sobre a Covid-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas.

Entenda como são as regras do YouTube

1º alerta: um canal recebe um alerta se descumprir uma regra das diretrizes pela primeira vez. A plataforma havia enviado este tipo alerta a Bolsonaro em julho, que não resultou em suspensão direta do canal. O alerta é feito apenas uma vez.

1º aviso: com a remoção da live com a mentira sobre vacina e Aids nesta segunda, ele recebeu o primeiro aviso (strike), termo que o YouTube usa para indicar que a medida resultará em uma punição para o canal. Isso impede um canal de realizar ações como enviar vídeos e fazer transmissões ao vivo durante uma semana.

2º aviso: caso volte a violar as diretrizes dentro de 90 dias desde a primeira ocorrência, o canal de Bolsonaro receberá um novo aviso e a punição será em dobro: duas semanas sem poder publicar.

3º aviso: ao fazer uma nova violação e receber três avisos em um prazo de 90 dias, o canal será removido permanentemente do YouTube.

O prazo é contato sempre a partir do dia de cada aviso, ou seja, cada um deles leva 90 dias para expirar. Excluir o conteúdo não remove o aviso, e o YouTube pode emitir avisos das diretrizes da comunidade para conteúdos excluídos.

Entenda a política de remoção de vídeos do YouTube

Nos Estados Unidos, Donald Trump foi suspenso por tempo indeterminado do YouTube. O bloqueio aconteceu alguns dias depois de apoiadores do ex-presidente dos EUA invadirem o Capitólio.

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O que fica restrito após a violação

Nos dois primeiros avisos, quando ainda são aplicadas apenas sanções temporárias, o canal fica impedido de fazer as seguintes ações:

enviar vídeos, Histórias ou fazer transmissões ao vivo;

criar miniaturas personalizadas ou postar na Comunidade;

criar ou editar playlists e adicionar colaboradores a elas;

adicionar ou remover playlists da página de exibição usando o botão "Salvar";

exibir um trailer nas suas Estreias;

direcionar espectadores de uma transmissão ao vivo para uma Estreia ou vice-versa.

Quais tipos de ação são consideradas violações

No caso do canal de Bolsonaro, a violação ocorreu por desrespeitar as regras sobre desinformação médica relacionadas à Covid. No entanto, a lista envolve outros tipos de violações. Veja quais são:

Spam e práticas enganosas.

Conteúdo sensível (nudez, conteúdo sexual e outros).

Conteúdo violento ou perigoso.

Venda de produtos não regulamentados.

Desinformação (em eleições, relacionadas a Covid, vacinas e outros).

Veja comunicado do YouTube, na íntegra:

"Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a COVID-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas.

As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda. Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política".

Aids e vacina: entenda por que o Facebook tirou live de Bolsonaro do ar

Reino Unido confirma que notícia é falsa

Procurado pelo g1, o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido afirma que a publicação é de um site que propaga "fake news" e teorias da conspiração e diz que a história não é verdadeira.

A notícia falsa mencionada por Bolsonaro foi colocada no site conspiracionista beforeitnews.com, que publica textos dizendo que as vacinas rastreiam os vacinados e que milhões de pessoas morreram com as vacinas.

Associação Médica Brasileira: falas sobre vacina e Aids são 'inaceitáveis'

Zahraa Vindhani, oficial de comunicações da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, afirmou ainda que "as vacinas contra a Covid-19 não causam Aids" e que a "A Aids é causada pelo HIV."

Pesquisadores ouvidos pelo g1 também refutam as ideias contidas na publicação falsa (saiba mais aqui).

As falas do presidente Jair Bolsonaro sobre a vacina serão incluídas na CPI da Covid, declarou o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), à GloboNews na manhã desta segunda.

No vídeo abaixo, veja comentário de Valdo Cruz sobre o assunto:

Valdo Cruz sobre nova fake news compartilhada por Bolsonaro: 'Cortina de fumaça para desviar o foco'

Fonte: G1

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