Barra Torres deu declaração na reunião em que Anvisa autorizou vacinas contra a Covid para crianças. Em outubro, diretores receberam ameaças para que não aprovassem medida. O diretor-presidente da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou nesta quinta-feira (16) que a "violĂȘncia antivacina" estĂĄ em "viés crescente" e que é preciso falar sobre o assunto antes que "ameaças se concretizem".
Barra Torres deu a declaração durante a reunião em que a Anvisa decidiu autorizar a aplicação de vacinas da Pfizer contra a Covid em crianças de 5 a 11 anos.
Em outubro, a Anvisa revelou que os cinco integrantes da diretoria do órgão haviam sido ameaçados por e-mail. As intimidações, conforme a agĂȘncia, exigiam que o pedido de uso da vacina contra a Covid-19 em crianças não fosse aprovado (relembre no vĂdeo mais abaixo).
"O acirramento dessa violĂȘncia antivacina vai num viés crescente e é importante que falemos enquanto hĂĄ tempo, antes que ameaças se concretizem", declarou Barra Torres nesta quinta-feira.
Na sequĂȘncia, o diretor-presidente da Anvisa afirmou que, se um laboratório apresenta um pedido à agĂȘncia, "não resta outra alternativa" e não ser o órgão decidir se autoriza ou não o uso.
Conforme o diretor da agĂȘncia, "a conclusão serĂĄ sempre embasada em argumentos técnicos".
"O resultado só é efetivo se o Ministério da SaĂșde efetuar a inclusão. O Ministério da SaĂșde, portanto o governo federal, decide se vai incorporar ou não vai incorporar. No Brasil, é assim hĂĄ mais de 20 anos", completou.
Novas ameaças
Ainda durante a reunião, Barra Torres afirmou que duas novas ameaças foram dirigidas à agĂȘncia.
"Infelizmente, recebemos duas ameaças, uma de morte e uma de perseguição", disse.
Decisão da ĂĄrea técnica
A ampliação da autorização da aplicação da vacina da Pfizer em crianças dependeu de anĂĄlise da ĂĄrea técnica, uma vez que a vacina jĂĄ tem registro no Brasil.
Apesar disso, Barra Torres afirmou que toda a diretoria da Anvisa estĂĄ de acordo com a decisão dos técnicos.