Cerca de 20 pessoas a bordo de navio atracado no Rio são detectadas com covid-19

Por Redação em 02/01/2022 às 12:31:27

A MSC Cruzeiros disse que o número de pessoas contaminadas representa 0,6% do total da população a bordo — cerca de 3,3 mil pessoas Cerca de 20 passageiros a bordo do navio MSC Precioza, que atracou no Pier Mauá, na Zona Portuária do Rio, na manhã deste domingo, foram detectados com covid-19. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde do Rio.

A empresa diz que "todos estão assintomáticos ou com sintomas leves" e foram testados. A embarcação chegou a ancorar na Praia de Copacabana durante a virada do dia 31, e seguiu para Búzios, na Região dos Lagos, antes de voltar à capital.

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A MSC informou que "os casos confirmados são desembarcados de forma segura para que retornem para casa ou fiquem em hotéis para o período de isolamento". A detecção da doença foi feita neste sábado.

A MSC Cruzeiros disse que o número de pessoas contaminadas representa 0,6% do total da população a bordo — cerca de 3,3 mil pessoas. A empresa destacou que todos os infectados estão isolados. Além deles, contatos mais próximos foram separados dos demais tripulantes e estão em cabines com varanda. De acordo com a MSC Cruzeiros, “as autoridades de saúde acompanham de perto as nossas operações e todas as informações relativas às suspeitas ou confirmação de casos são oficialmente informadas a elas”.

Por fim, a empresa destacou que não vai suspender a viagem do MSC Preziosa. As paradas seguirão “conforme o planejado”.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informa, em nota, que, em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), soube que há cerca de 20 casos confirmados e que foi liberada a atracação. Os pacientes e os cerca de 40 contactantes cumprem isolamento a bordo.

O Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde (CIEVS) do município já recebeu e analisou o Livro Médico de Bordo e realizará a investigação epidemiológica em conjunto com a Anvisa assim que a embarcação estiver devidamente atracada, a fim de determinar o cenário epidemiológico e tomar as medidas de prevenção e controle.

A fila para embarcar no MSC Precioza já chega a quase um quilômetro no Boulevard Olímpico, na Zona Portuária. O transatlântico atracou no local pouco antes das 7h30. Do Rio seguirá para Ilhéus, Salvador e Maceió e durará sete dias. Sem avisar os passageiros sobre a doença, funcionários encaminham os passageiros para as respectivas cabines.

Muitos dos tripulantes são de outros estados e chegaram ao Rio nas últimas horas. É o caso da empresária mineira Isabela Costa, de 35 anos. Com duas filhas de 7 e 14 anos, ela soube das pessoas infectadas pela internet e está apreensiva. Ela contou que a família, que está em um grupo de sete pessoas, saíram de Ipatinga (MG) no último sábado. A viagem do navio já havia sido desmarcada outras duas vezes. A primeira rota seria para a Argentina, em 2020, no auge da pandemia.

O primeiro casal a chegar no Píer Mauá para entrar na embarcação entrou na fila às 5h50. Vindos de Santa Catarina, os dois disseram que “a empresa não está informando nada para quem vai embarcar”.

“Sabíamos de outros casos, não neste navio. Há um ano e meio estamos esperando por essa viagem. São sete dias que vamos tentar aproveitar. Espero que nada aconteça”, disse o empresário, sem se identificar.

A médica Deise Bacia contou que “há três dias se ouve falar de pessoas com a doença”.

Por telefone, outra passageira falou sobre a situação dentro do navio. A mulher destacou que há dois dias o 9º andar foi “praticamente todo isolado”. É nesse local onde estão as pessoas com a doença. Elas estão recebendo alimentos e água.

“Eu estava nesse andar e não sabia o que estava acontecendo. Víamos pratos nas portas e ficamos sem entender. Só depois que informaram que as pessoas daquelas cabines estavam com covid. É assustador porque muitas pessoas não falam português e não sabemos de muita coisa”, informou a passageira.

Ainda em nota, a empresa de cruzeiros destaca as testagens frequentes e diárias. "Os casos identificados demonstram a eficiência do protocolo, que contribui para que pessoas que estejam positivas para covid-19 tenham conhecimento de seu resultado e evitem, assim, circular em suas próprias comunidades ou em destinos turísticos, uma vez que é provável que muitos desses casos não tivessem sido identificados", diz o texto.

A MSC defende ainda a realização de cruzeiros, "uma das opções de férias mais seguras do mundo, pois nenhum outro setor da indústria de viagens e turismo possui um protocolo tão completo e robusto para conter a propagação de doenças infecciosas".

Os navios MSC Seaside, MSC Preziosa e MSC Splendida permanecem com a programação inalterada, ainda segundo a empresa, dos seus futuros cruzeiros.

Fonte: Valor Econômico

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