Eleições 2022: ministro diz ver com 'estranheza' conversas para que União Europeia mande observadores
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou nesta quarta-feira (18) que viu com “estranheza” as negociações para incluir a União Europeia entre o grupo de observadores internacionais que vão acompanhar as eleições brasileiras deste ano.
A declaração foi dada durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Nesta terça (17), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou que a Corte pretende trazer ao Brasil mais de cem observadores internacionais.
Fachin anunciou também a criação de uma rede para garantir a vinda de representantes da União Europeia, mesmo após posição contrária do governo brasileiro a convite formal ao bloco. De acordo com a jornalista Andreia Sadi, o presidente Jair Bolsonaro pressionou contra a participação europeia.
Aos deputados, o chefe do Itamaraty relatou conversas mantidas com o ministro Fachin e também com Alexandre de Moraes, que assumirá o TSE durante o pleito, para tratar sobre o plano de observação.
“Havia o desejo efetivamente do TSE naquele momento, digo isso porque soltamos nota a esse respeito, de convidar a União Europeia para a observação eleitoral. Nesse momento eu fiz uma ponderação e acho que foi acatada, [de convite] a outras organizações também, Carter Center e outras, o próprio Parla Sul, eu vejo com muita naturalidade”, relatou.
“Agora, na União Europeia eu vi com certa estranheza e foi inclusive objeto da nota, porque eu acho difícil que nós possamos ter como observador eleitoral no Brasil uma organização da qual nós não fazemos parte. Porque isso envolve a nossa participação”, acrescentou França.
Fonte: G1