Bolsonaro repete em evento oficial 'fake news' que levaram à cassação de deputado aliado

Por Redação em 07/06/2022 às 18:28:29

Inconformado com decisão da Segunda Turma do Supremo, que restaurou a cassação de Fernando Francischini, presidente — do púlpito do Palácio do Planalto — atacou STF e TSE. O presidente Jair Bolsonaro se insurgiu nesta terça-feira (7), durante cerimônia no Palácio do Planalto, contra a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal que minutos antes havia restaurado a cassação do deputado estadual aliado Fernando Francischini (União-PR).

Por três votos a dois, a Segunda Turma derrubou a decisão do ministro Nunes Marques que tinha devolvido o mandato a Francischini, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral por 6 votos a 1, por propagação de informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

"Aqui do outro lado da Praça dos Três Poderes, uma turma do STF, por 3 a 2, mantém a cassação de um deputado acusado em 2018 por espalhar fake news. Esse deputado não espalhou fake news porque o que ele falou na 'live' eu também falei para todo mundo: que estava tendo fraudes nas eleições de 2018. Ia-se apertar o número 1 e já aparecia o 13 [número do PT] na tela e concluía a votação", declarou.

Francischini afirmou — sem apresentar provas — em transmissão ao vivo por redes sociais durante o primeiro turno das eleições de 2018 que as urnas eletrônicas tinham sido adulteradas para impedir a eleição de Bolsonaro e não permitir que os votos nele fossem computados. Na ocasião, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) fez auditoria nas urnas e constatou que estavam com funcionamento normal, sem indícios de fraude no sistema.

Bolsonaro fez o pronunciamento do púlpito do salão principal do Palácio do Planalto durante a cerimônia intitulada “Brasil pela Vida e pela Família”.

No discurso, ele não falou sobre o evento. Atacou os ministros Edson Fachin, presidente do TSE — a quem chamou de "marxista-leninista" — Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, além do Supremo Tribunal Federal como instituição.

"Eu tenho a obrigação de agir. Tenho jogado dentro das quatro linhas. Não acho uma só palavra minha, um só gesto, um só ato, fora da Constituição. Será que três do Supremo Tribunal Federal, que pode muito, pode continuar achando que pode tudo? Eu não vou viver como um rato. Tem que haver uma reação", declarou.

Bolsonaro acusou Fachin de usurpar atribuições dele, como presidente da República, ao convidar embaixadores para apresentar os preparativos para as eleições de outubro no Brasil.

"O que ele fez esta semana que passou? A política externa é minha e do ministro [Carlos] França, do Itamaraty. Ele convida em torno de 70 embaixadores e eles vão lá para dentro do TSE e ele, de forma indireta, ataca a Presidência da República, como homem que não respeita a Constituição, que não respeita o processo eleitoral, que pensa em dar um golpe", afirmou.

Segundo Bolsonaro, decisões do STF não serão mais respeitadas por ele.

“Eu fui do tempo em que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo. Não sou mais", disse.

Fonte: G1

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