Presidente discorda de decisão de Fachin e afirma que solucionará impasse após as eleições O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin que suspendeu os decretos presidenciais que flexibilizavam a compra e o porte de armas e munições no Brasil. O presidente disse não concordar com a medida e que, após as eleições, "resolverá a questão em uma semana", sem mencionar como vai solucionar a questão.
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Nessa segunda-feira (5), Fachin suspendeu os decretos citando o risco de violência política nas eleições deste ano. Os decretos de Bolsonaro começaram a ser julgados ainda em 2021, mas o trâmite foi interrompido por um pedido de vista do ministro Nunes Marques. Agora, as liminares serão levadas a referendo no plenário virtual.
“Não concordo em nada com o senhor Fachin. Peço que acreditem em mim: acabando as eleições, a gente resolve a questão dos decretos em uma semana. Todo mundo tem que jogar dentro das quatro linhas da Constituição. Eu sendo reeleito, resolvemos esse e outros problemas”, disse Bolsonaro durante sabatina à Jovem Pan News.
Na mesma sabatina, Bolsonaro também criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir que eleitores levem celulares à cabine de votação e, sem provas, voltou a desacreditar o sistema eleitoral e a defender o voto impresso.
“Recebi informações que com as sugestões das Forças Armadas, caso acolhidas pelo senhor Alexandre de Moraes, se reduza a próximo de zero a possibilidade de fraude. Próximo de zero, não é zero. Esse clima poderia ser resolvido há muito tempo, se o ministro [Luís Roberto] Barroso não fosse à Câmara dos Deputados interferir numa proposta de emenda à Constituição pelo voto impresso”, reclamou.
Aquisição de imóveis
Em resposta anterior, ao ser perguntado sobre a compra de imóveis com dinheiro vivo pela família Bolsonaro, revelada pelo portal UOL, o candidato à reeleição disse que o caso era uma "invenção" da imprensa para atribuir a ele a pecha de corrupto e atacou Fachin. A reportagem foi explorada nas redes sociais por opositores e adversários, e virou peça publicitária da campanha do PT nos últimos dias.
“Querem me tirar daqui para colocar um ladrão no meu lugar [se referindo ao petista Luiz Inácio Lula da Sivla (PT)]? Por capricho do senhor Fachin, advogado do MST e cabo eleitoral da Dilma Rousseff, anulou-se as três condenações e [Lula] passou a ser elegível. Tornaram elegível para, na marra, tornar presidente igual o Daniel Ortega [presidente da Nicarágua]?", questionou.