OEA manifesta apoio ao governo de Pedro Castillo e pede à oposição do Peru que preserve a democracia

Em rara iniciativa relacionada à política interna de um país-membro, a Organização dos Estados Americano considera que o Peru vive cenário de “crise constitucional” A Organização dos Estados Americano (OEA) aprovou nesta quinta-feira (20) resolução de apoio ao governo do presidente peruano, Pedro Castillo, pedindo à oposição do país que “preserve a institucionalidade democrática”, informa a “Associated Press”.

Há meses, o governo de Castillo, de esquerda, está praticamente paralisado por seguidas medidas de obstrução da oposição e da procuradoria-geral do Estado, sob acusações de corrupção, supostas violações de normas constitucionais, má administração ou incapacidade.

Em rara iniciativa relacionada à política interna de um país-membro, a OEA considerou que o Peru vive cenário de “crise constitucional” e pediu que as ações de “todos os atores” sejam enquadradas no “respeito ao Estado de Direito”.

Na resolução, aprovada por aclamação, a entidade destaca artigos da Carta Democrática Interamericana, que obrigam os associados a reconhecer a “subordinação” constitucional de todas as instituições do Estado “à autoridade civil legalmente constituída”.

Duas tentativas de impeachment

Em 14 meses de governo, Castillo sobreviveu a duas tentativas de impeachment promovidas pela oposição no Congresso. Por seu lado, a procuradora-geral Patricia Benavides o denunciou perante o Parlamento para poder investigá-lo por supostos crimes de corrupção.

Benavides realiza cinco investigações preliminares contra Castillo por supostos crimes de organização criminosa e corrupção, bem como outra investigação adicional por um suposto plágio de sua tese de mestrado na área de psicologia educacional, em 2012.

O governo respondeu denunciando a procuradora-geral perante o Congresso por suposta violação da Constituição, abuso de autoridade e prevaricação. Segundo aliados do governo, a denúncia contra Castillo é “puramente política” e faz parte de “um plano sistemático para desestabilizar o governo”.