Ibovespa opera em queda, de olho em juros dos EUA e Campos Neto no Senado

Por Redação em 25/04/2023 às 10:24:51

Na véspera, o principal índice do mercado de ações brasileiro recuou 0,40%, aos 103.946 pontos. Vista geral dos painéis da Bolsa de Valores de Sâo Paulo

Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta terça-feira (25), com mercados antecipando a decisão de juros nos Estados Unidos e de olhos na audiência do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, no Senado Federal.

Às 10h05, o Ibovespa caía 0,51%, aos 103.418 pontos. Veja mais cotações.

Na véspera, o índice teve queda de 0,40%, aos 103.946 pontos. Com o resultado, o Ibovespa acumulou os seguintes resultados:

Na semana, a bolsa tem recuo de 0,40%;

No mês, o Ibovespa tem ganhos de 2,03%;

No ano, entretanto, acumula perdas de 5,27%.

'O custo de não combater a inflação é muito mais alto', diz Roberto Campos Neto

O que está mexendo com os mercados?

A semana continua com mais cautela nos mercados internacionais, com recuo nos ativos de risco na Europa e Estados Unidos que antecedem a decisão de política monetária do Federal Reserve. A expectativa do mercado é de nova alta de 0,25 ponto percentual na faixa de juros, mas agentes aguardam as sinalizações futuras do Fomc (sigla em inglês para Comitê Federal de Mercado Aberto).

A alta no início do dia estava em linha com a valorização do índice que compara a moeda norte-americana a uma cesta de seis pares fortes, depois que resultados corporativos decepcionantes nas principais economias reacenderam temores de recessão ou problemas financeiros mais graves.

Nos EUA, os destaques da semana serão os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre na quinta-feira, e a publicação da leitura do índice de preços PCE na sexta-feira.

O grande evento do dia é a audiência do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Ele afirmou que age de forma técnica na fixação da taxa básica de juros para combater a inflação e lembrou que a taxa básica de juros avançou no ano passado, durante período eleitoral.

"Nunca na história desse país, nem na história do mundo, foi feito um movimento de alta dos juros em um período eleitoral. O que mostra que o BC entendeu que a inflação ia subir, antes de grande parte dos outros países. O BC do país foi um dos primeiros a subir os juros", declarou Campos Neto.

Segundo ele, se o Banco Central tivesse parado de subir os juros no ano passado, durante as eleições, a inflação teria sido de 10% em 2022, e não 5,8%. "E hoje, para controlar a inflação e a expectativa do ano que vem, teríamos que ter juros de 18,75% [ao ano]. Se não tivéssemos, a inflação ia contaminar e subir bastante. O BC atuou de forma autônoma", acrescentou o presidente do BC.

A audiência acontece em meio a um aumento de pressão contra Campos Neto. Como mostrou o blog da Julia Duailibi, Lula está cobrando integrantes do governo para que busquem alternativas que possam compensar o nível alto das taxas de juros.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sido praticamente uma voz isolada ao defender a harmonia entre o fiscal e a política monetária. Inclusive, nesta segunda, em Portugal, Lula voltou a criticar publicamente o patamar atual da taxa básica de juros da economia brasileira.

Entre os indicadores no Brasil, as contas externas do país registraram um déficit de US$ 11,82 bilhões no primeiro trimestre deste ano, informou o Banco Central. O resultado negativo é 40% menor que o registrado no mesmo período do ano passado — quando o déficit foi de US$ 16,56 bilhões.

O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).

Somente em março, as contas externas apresentaram superávit de US$ 286 milhões. Foi o primeiro saldo positivo desde junho de 2022 (+US$ 266 milhões). Em março de 2022, as contas externas apresentaram um déficit de US$ 3,01 bilhões.

De acordo com o BC, o resultado positivo nas contas externas em março está relacionado, principalmente, com o superávit comercial recorde do mês passado, além de um resultado negativo menor na conta de serviços (que inclui viagens ao exterior).

Já as vendas no varejo brasileiro tiveram queda de 0,1% em fevereiro na comparação com o mês anterior e aumentaram 1,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pesquisa da Reuters apontou que as expectativas eram de queda de 0,2% na comparação mensal e alta de 0,9% sobre um ano antes.

Fonte: G1

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