Mauro Cid diz que envio de R$ 368 mil para EUA foi "transferência de patrimônio"

Por Redação em 01/08/2023 às 08:42:00

A defesa do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), emitiu nota em que declara que "todas as movimentações financeiras são regulares e encontram amparo nas reservas financeiras e no patrimônio familiar" do militar. O posicionamento é uma resposta ao relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgado na semana passada que aponta "movimentações atĂ­picas" na conta bancĂĄria de Cid, que teria recebido depósitos de R$ 1,4 milhão em seis meses.

Segundo a defesa, a quebra de sigilo financeiro de Cid jĂĄ foi alvo de apuração da PolĂ­cia Federal em 2021. "Pela absoluta normalidade das transações, a autoridade policial não encontrou quaisquer indĂ­cios de ilegalidade e não procedeu com qualquer investigação nesse sentido", afirma. O levantamento produzido pelo Coaf, no entanto, parte da anĂĄlise da movimentação bancĂĄria do militar no perĂ­odo de julho de 2022 a maio deste ano.

Na nota, a defesa aborda ainda as movimentações financeiras que tĂȘm circulado na imprensa, como o fato de Cid ter enviado R$ 368 mil para os EUA em remessa "atĂ­pica" enquanto o ex-presidente Bolsonaro jĂĄ estava no paĂ­s. A defesa afirma que o envio de dinheiro para o exterior foi uma "transferĂȘncia de patrimônio, devidamente declarada, de sua conta no Brasil para conta de mesma titularidade nos Estados Unidos".

Os advogados ainda apontam resgates de investimentos para "quitação de contas familiares" e "aquisição de imóvel", além da tomada de um "empréstimo familiar". Tudo "devidamente declarado". O documento do Coaf afirma que a "movimentação elevada" pode "constituir-se em indĂ­cios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se".

Em seu relatório, o Coaf destrinchou a vida financeira de Cid e apontou quatro nomes que chamaram a atenção dos servidores – um militar preso pela PolĂ­cia Federal; um "caixeiro viajante", comerciante que faz negócios fora da cidade ou região em que mora; um ourives, que produz ou vende metais preciosos; e um empresĂĄrio, tio da mulher de Cid.

Cid estĂĄ preso desde 3 de maio no Batalhão de PolĂ­cia do Exército, suspeito por falsificar cartões de vacina de covid-19, além de documentos da própria famĂ­lia de Bolsonaro. O tenente-coronel também esteve envolvido no caso das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões que o ex-presidente tentou trazer ilegalmente para o Brasil. Como mostrou o Estadão, o ajudante de ordens e "faz-tudo" do ex-chefe do Executivo foi o primeiro a ser escalado para resgatar pessoalmente as pedras preciosas.

No dia 11 deste mĂȘs, o militar foi ouvido pela CPMI dos ataques antidemocrĂĄticos de 8 de janeiro, mas ficou em silĂȘncio durante todo o depoimento. No dia 13, a Comissão Parlamentar apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Regional Federal da 1ÂȘ Região (TRF-1) denĂșncias contra Cid por supostamente ter descumprido a ordem da ministra CĂĄrmen LĂșcia que o obrigava a falar a verdade em perguntas que não o incriminassem.

Fonte: Isto É

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