Toffoli rejeita recurso de Bolsonaro contra multa do TSE por reunião com embaixadores

Por Redação em 12/10/2023 às 10:23:24

Foto: Reprodução internet

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, recusou na quarta-feira, 11, os recursos da defesa do ex-presidente da RepĂșblica Jair Bolsonaro contra aplicação de multa de R$ 20 mil pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por propaganda eleitoral irregular antecipada nas eleições de 2022. A aplicação da multa se deu após julgamento do TSE que concluiu que Bolsonaro usou indevidamente o cargo e a estrutura administrativa da PresidĂȘncia da RepĂșblica para fazer campanha na reunião com embaixadores estrangeiros no PalĂĄcio do Alvorada, em julho de 2022, e inflamar seus apoiadores contra a Justiça Eleitoral.

No encontro, o então presidente repetiu sua tese nunca comprovada de que o sistema eleitoral brasileiro é passĂ­vel de fraudes e atacou o STF e o TSE.

O discurso aos diplomatas foi transmitido ao vivo nas redes sociais e na TV Brasil.

Nos recursos, tanto a defesa de Bolsonaro quanto o Partido Liberal (PL) alegaram que o caso não deveria ter sido analisado pela Justiça Eleitoral, uma vez que o discurso foi proferido no exercĂ­cio regular da liberdade de expressão e das prerrogativas do então chefe de Estado.

Em resposta, Toffoli afirmou que as declarações de Bolsonaro foram compreendidas no âmbito do Direito Eleitoral e analisadas com base nas normas que tratam da propaganda eleitoral.

"Todavia, consoante asseverado no acórdão recorrido, a divulgação de fatos sabidamente inverĂ­dicos e descontextualizados, mediante discurso transmitido pelo então Presidente da RepĂșblica, em 18/7/2022, para diplomatas reunidos no paĂ­s, consubstanciou conduta relevante no âmbito do Direito Eleitoral, apta a atrair a competĂȘncia daquela Justiça Especializada, bem como as aplicação de sanções decorrentes do malferimento aos bens jurĂ­dicos tutelados durante o processo eleitoral", afirmou Toffoli.

O TSE declarou no final de junho que Bolsonaro ficarĂĄ inelegĂ­vel até 2030.

A Corte formou um placar de 5 votos a 2 para enquadrar o ex-chefe do Executivo por abuso de poder polĂ­tico e uso indevido dos meios de comunicação em razão da reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas.

Fonte: Isto É

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