Haddad diz que não pensa em ser sucessor de Lula, mas que PT precisa discutir opções para 2030

Por Redação em 02/01/2024 às 11:34:01

Contrariando as previsões pessimistas que marcaram o inĂ­cio do Governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conseguiu terminar 2023 acumulando nĂșmeros da economia além do esperado e aprovação da reforma tributĂĄria. Mesmo com desempenho considerado de destaque dentro do governo, o que o coloca como um forte candidato à sucessão do PT, o ministro afirmou que não pensa em se colocar como candidato à PresidĂȘncia depois de Luiz InĂĄcio Lula da Silva. A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira, 2,

"O Lula foi trĂȘs vezes presidente. Provavelmente, serĂĄ uma quarta", afirmou Haddad, fazendo referĂȘncia a uma tentativa de reeleição em 2026. O ministro disse que, ao mesmo tempo que é "um trunfo ter uma figura polĂ­tica dessa estatura por 50 anos à disposição do PT", também é um desafio grande pensar o "day after", referindo-se a um nome para substituĂ­-lo.

Haddad afirmou não participar das reuniões internas do PT sobre a possĂ­vel sucessão e que, para 2026, hĂĄ consenso dentro do partido e na base aliada para que Lula concorra ao quarto mandato. "EstĂĄ pacificada. Não se discute", afirmou ele sobre a questão.

Segundo ele, o problema de um sucessor "vai se colocar" na eleição seguinte, alertando que o partido precisa começar a se preparar para a transição.

Com 47 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2018, Haddad disse que a situação em que concorreu foi atĂ­pica e começou a ser decidida na cadeia, enquanto Lula estava preso.

"Ninguém queria ser vice do Lula", afirmou o ministro, que na época se engajou para que Ciro Gomes (PDT) ou Jaques Wagner (PT) fossem alternativas para a vice da chapa. Principalmente Jaques, por estar dentro do PT, afirmou o ministro.

Jaques Wagner, na época, desautorizou a inclusão de seu nome entre os provĂĄveis planos "B" do PT enquanto a candidatura de Lula estivesse posta. Houve conversas com Ciro desde fevereiro daquele ano, discutindo possĂ­vel aproximação entre partidos de centro-esquerda antes de inĂ­cio formal da campanha.

Na entrevista, Haddad fez considerações sobre a articulação polĂ­tica atual do governo. Ele avaliou que a relação com o ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha "estĂĄ acontecendo", e relembrou que os dois tĂȘm uma relação antiga de trabalho, na Prefeitura de São Paulo, e foram colegas de ministério.

"Falam que o pior emprego do mundo é o do ministro da Fazenda, mas tem concorrente, que é o do Padilha", brincou.

Com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Haddad disse que relação começou bem porque a situação era de crise, quando a transição de governo foi feita pelo Legislativo, algo inédito, uma vez que "o Executivo sumiu", disse, se referindo ao governo anterior. Segundo Haddad, "as pessoas compreenderam o que estava em jogo" e a união foi fundamental para assegurar a democracia. "Nós não estamos discutindo quem vai ganhar o campeonato. Nós estamos discutindo se vai ter campeonato, porque, se a gente não se entender, a gente não chega em junho".

A boa relação foi fundamental para que série de reformas e propostas fossem aprovadas no Congresso, alavancando o nome do ministro, mesmo que, para ele, Lula fique com os louros. ""A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!" E o Haddad é um austericida".

Na entrevista, Haddad também falou das propostas econômicas do governo, enfatizou a aprovação da reforma tributĂĄria nos impostos sobre consumo, que ainda precisa ser regulamentada, e indicou que a reforma do Imposto de Renda pode ficar para 2025. "O desafio de aprovar em 2024 a reforma do IR é que, como temos eleições municipais, hĂĄ um problema de janela, que vai ter que ser avaliado pela polĂ­tica", disse, destacando que a regulamentação da primeira parte da proposta precisa ser votada primeiro.

Fonte: Isto É

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