Setor de serviços tem queda histórica em 2020

Por Redação em 11/02/2021 às 23:01:45

A pandemia também dificultou a vida dos comerciantes, que tiveram que se reinventar para não perder o cliente. Setor de Serviços teve uma queda histórica em 2020

O setor de serviços no Brasil teve uma queda histórica em 2020. A pandemia também dificultou muito a vida dos comerciantes, que tiveram que se reinventar para não perder cliente.

Proteção: um artigo essencial, passou a ser oferecido logo na entrada das lojas. Manter as portas abertas e ao mesmo tempo dar segurança ao cliente. Que desafio para quem dependia de gente circulando. “Nós tivemos que mudar um pouco o nosso foco do físico para o e-commerce”, conta o gerente de supermercado Tiago Muniz Barroso.

Adaptar-se foi o único remédio para o comércio sobreviver ao vírus. Vendas pela internet, pelo telefone, já existiam em um supermercado. Mas o que bombou mesmo foi a venda por aplicativo de mensagem. Tanto que a loja contratou quatro funcionários só para receber esses pedidos.

Os supermercados e hipermercados, assim como o setor de móveis e eletrodomésticos, registraram aumento nas vendas em 2020 e ajudaram o desempenho do comércio, que fechou o ano positivo.

“O auxílio emergencial foi essencial, digamos assim, para evitar, para gerar esse crescimento das vendas no varejo no Brasil quando a gente compara em outros períodos recessivos”, diz Silvia Matos, economista da FGV/Ibre.

Mas muitos comerciantes sofreram. Quem é do ramo de livros e papelaria, viu as vendas despencarem. E olha que o gerente estava fazendo qualquer negócio para vender. “Nós aqui estávamos entregando até uma resma de papel para as pessoas que trabalhavam em home office", conta o gerente de papelaria Marco Aurélio Marques Campos.

Em outros tempos, nessa época de compra de material escolar, a papelaria estaria cheia de gente. Mas a volta às aulas em meio à pandemia mudou não só o ritmo de trabalho, mas também o tipo de atendimento. A pequena papelaria do bairro se reinventou em 2020 e, agora, a maior parte das vendas é feita à distância, pelo celular. Mas conquistar esses novos clientes é um desafio a mais para quem precisa vender.

“Às vezes a gente tinha que explicar: "Eu quero um brinquedo assim, assim assado”. Aí até a gente encontrar o tal do brinquedo que queria, parecido... Mas no final valia a pena”, afirma a vendedora Daniela da Silva Mattoso.

Só que nem a tecnologia deu conta de segurar a queda histórica do setor de serviços. O maior tombo desde 2012. Muitos negócios que dependem da presença de clientes não suportaram o isolamento, principalmente os serviços prestados às famílias, como hotéis e restaurantes.

“Infelizmente, muitos seguimentos do setor de serviços devem sofrer efeitos mais permanentes e não conseguirem sobreviver nessa crise. Mas isso não é homogêneo entre os setores e tem, realmente, ganhadores e perdedores”, explica a economista Silvia Matos.

A fidelidade dos clientes evitou que o Álvaro e a Tata perdessem o restaurante. No início da pandemia, eles passaram a fazer uma venda antecipada de produtos. O cliente comprava e podia retirar ao longo do ano. Foi a prova de que o vírus não contaminou a solidariedade. Mesmo assim, o restaurante perdeu 40% do faturamento e demitiu funcionários.

Por enquanto, não tem mais cafezinho servido à mesa. Agora só delivery - com aquele gostinho de saudade. “Saudade daquele papinho, de bater aquele papinho na mesa. Servir as pessoas é você dar carinho, é trabalhar no afeto, e a gente está precisando fazer isso”, diz Marta Gomes, dona de restaurante.

Fonte: G1

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