Polícia Civil desmancha quadrilha que aplicava o golpe da "carta contemplada" em Santa Luzia

Por Redação em 15/08/2020 às 03:45:31

Grupo mantinha um escritório, em Belo Horizonte, onde os suspeitos simulavam a venda de cartas de crédito de consórcio. De acordo com as investigações, os envolvidos mantinham patrimônio incompatível com a renda declarada

Divulgação / Polícia Civil

Quatro pessoas foram presas pela Polícia Civil, suspeitas de envolvimento em um esquema fraudulento da "carta contemplada", em Santa Luzia, na Região Metropolitana. O resultado do inquérito foi divulgado nesta sexta-feira (14).

De acordo com a delegada Ana Paula Gontijo, o grupo mantinha um escritório, em Belo Horizonte, onde os suspeitos simulavam a venda de cartas de crédito de consórcio. Ludibriados, os clientes pagavam pelo documento a título de sinal, mas não recebiam a transferência do bem.

"Elas [as vítimas] iriam, na verdade, comprar uma carta de crédito contemplada e, para isso, precisavam dar um sinal. Esse sinal girava em torno de R$ 3 mil, R$ 7 mil, R$ 9 mil, dependendo do caso, e depois era estipulado o prazo para que a carta de crédito fosse entregue às vítimas, mas isso nunca acontecia", explicou a delegada.

Estrutura convincente

Segundo a Polícia Civil, suspeitos ostentavam patrimônios de luxo

Divulgação / Polícia Civil

Segundo a polícia, o grupo teria movimentado R$ 3 milhões. Montaram uma estrutura capaz de convencer o cliente da suposta idoneidade do negócio.

"Eles tinham empresas, lojas bem estruturadas, luxuosas, com vendedores bem apresentados, educados, bem vestidos e toda essa estrutura transparecia uma segurança da empresa para as vítimas. Então, elas se sentiam seguras para fechar o negócio. Assinavam o contrato e davam o pagamento", relatou a delegada.

O grupo deve responder por estelionato e associação criminosa. A polícia acredita que o chefe da organização criminosa está entre os presos, mas as investigações ainda devem continuar. Uma quinta pessoa ainda está foragida.

Sequestro e ameaça

Os policiais chegaram até os suspeitos depois que um vendedor quis deixar uma das lojas. O homem percebeu a dimensão do crime ao ver a quantidade de vítimas que caíam no golpe. Para deixar o negócio, a quadrilha exigiu o pagamento de R$ 20 mil.

Segundo a polícia, o rapaz chegou a entregar R$ 10 mil e deu um veículo como garantia para quitar o restante. Sem cumprir o prazo estipulado, o vendedor acabou sendo vítima de uma emboscada.

De acordo com a Polícia Civil, o homem foi mantido preso por dois suspeitos dentro do próprio veículo, enquanto a mulher dele foi levada à força para fazer a transferência. Um parente do casal denunciou os suspeitos, que foram presos em flagrante.

A polícia chegou até o grupo durante as investigações desse caso, configurado como crime de extorsão mediante sequestro.

Fonte: G1

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