Ministério da Agricultura registra 2 princípios ativos inéditos e mais 27 genéricos usados na formulação de agrotóxicos

Por Redação em 29/06/2021 às 13:42:00

Produtos serão utilizados como matéria-prima para o desenvolvimento de pesticidas para os agricultores. Grandes culturas de soja e milho transformaram o Brasil no principal comprador de agrotóxicos do mundo

AFP

O Ministério da Agricultura liberou mais 29 agrotóxicos para utilização industrial, ou seja, produtos que serão usados como matéria-prima na elaboração de pesticidas para os agricultores. A autorização foi publicada no Diário Oficial, na última terça-feira (22).

No total, o governo já liberou 259 agrotóxicos neste ano: 90 princípios ativos usados na fabricação de pesticidas e 169 produtos prontos, que vão para uso direto do agricultor. Estes últimos são chamados também de produtos formulados.

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Dentre os 29 produtos autorizados na última semana, dois são inéditos, enquanto os outros 27 são genéricos, ou seja, utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país.

Um deles é o Ciclaniliprole, um inseticida usado para fabricar produtos que combatem lagartas nas lavouras de algodão, café, milho, soja e tomate. O Ibama o considera como um "Produto Muito Perigoso ao Meio Ambiente".

O outro princípio ativo inédito é o Oxatiapiprolim, fungicida usado para fabricar pesticidas usados em culturas como batata, alho, cebola, tomate, alface, entre outros. É considerado como "Produto Perigoso ao Meio Ambiente" pelo Ibama.

A Anvisa não faz mais classificação de princípios ativos usados pela indústria, somente para produtos usados pelo agricultor.

Registro de agrotóxicos em 2021

Arte/G1

Registros em 2021

Até agora, são 7 princípios ativos inéditos no ano: 2 pesticidas biológicos e 5 químicos.

Os outros 252 registros são de genéricos, sendo:

128 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores;

37 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores;

87 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.

Agrotóxicos inéditos em 2021

Veja a relação dos agrotóxicos inéditos liberados neste ano:

Ciclaniliprole (uso da indústria; químico): inseticida usado para fabricar produtos que combatem lagartas nas lavouras de algodão, café, milho, soja e tomate;

Oxatiapiprolim (uso da indústria; químico): fungicida usado para fabricar pesticidas usados em culturas como batata, alho, cebola, tomate, alface;

Kamuy (uso dos agricultores; químico): à base de Fenpyrazamina, misturado com um outro ingrediente antigo. O agrotóxico serve para controlar o mofo branco, uma doença fungicida que ataca diversas culturas agrícolas

Halauxifen-metil (uso da indústria; químico): herbicida indicado para plantas daninhas de difícil controle;

Adengo (uso dos agricultores; químico): permitem o controle de plantas daninhas, tanto de folha estreita quanto de folha larga, na cultura do milho;

Rudder (uso dos agricultores, biológico): feito à base do Bacillus velezensis, que serve para controlar a fusariose, uma doença causada por um fungo chamado “Fasarium solani”. Esta doença provoca o apodrecimento das raízes das plantas e pode atingir diferentes culturas;

Bionema (uso dos agricultores, biológico): também é feito à base do Bacillus velezensis, com o mesmo intuito do Rudder.

Como funciona o registro

A permissão para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:

Anvisa, que avalia os riscos à saúde;

Ibama, que analisa os perigos ambientais;

Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.

Tipos de registros de agrotóxicos:

Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.

Produto técnico equivalente: "cópias" de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;

Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;

Produto formulado equivalente: produto final "genérico".

Método de divulgação

O governo alterou a forma de divulgação do registro de agrotóxicos em 2019. Até então, o ministério anunciava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do "Diário Oficial da União".

A sistema passou a levar em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.

Segundo o Ministério da Agricultura, a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) tem como objetivo "dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto".

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Fonte: G1

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