Em seis anos, indústria brasileira perdeu 28 mil empresas e 1,4 milhão de postos de trabalho, aponta IBGE

Por Redação em 21/07/2021 às 10:07:58

Setor industrial vem encolhendo desde 2013, quando atingiu recorde histórico de empresas e mão de obra ocupada. Porte médio das empresas caiu e remuneração médio do setor também foi reduzida. A indústria brasileira vem encolhendo. Levantamento divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em seis anos– de dezembro de 2013 a dezembro de 2019 –, o setor perdeu 28 mil empresas e mais de 1,4 milhão de postos de trabalho. Com isso, as indústrias que se mantêm ativas reduziram de porte e passaram a remunerar menos os empregados.

Os dados são de 2019 e fazem parte da Pesquisa Industrial Anual. Naquele ano, a indústria brasileira tinha cerca de 325,4 mil empresas, que empregavam aproximadamente 7,4 milhões de trabalhadores.

Na comparação com 2013, quando o setor atingiu recorde histórico do número de indústrias e de mão de obra ocupada (353,4 mil empresas e 8,9 milhões de empregados), 7,9% das empresas encerraram atividade e 16% das vagas foram fechadas.

Trabalhadores na indústria

Economia G1

A atividade de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados foi a que, proporcionalmente, mais perdeu empresas – queda de 32% no período. Já a maior queda proporcional do número de empregados (-43%) ocorreu na atividade de fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores.

No sentido oposto, a atividade de extração de petróleo e gás natural viu crescer em 56,3% o número de empresas, enquanto a de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis aumentou em 38,1% o número de pessoas ocupadas.

Já na comparação com 2010, aumentou em 9,2 mil o número de indústrias ativas no país – uma alta de 2,9%. Todavia, o setor perdeu 769 mil postos de trabalho na década, o que corresponde a uma queda de 9,2%.

O fechamento de vagas aconteceu no segmento das indústrias de transformação, responsável por 97,5% de todos os empregos do setor industrial.

De acordo com o IBGE, o segmento da indústria de transformação perdeu 786,2 mil vagas na década, enquanto o da indústria extrativa criou cerca de 16,8 mil novas vagas.

A extração de carvão mineral foi a atividade que mais perdeu vagas entre 2010 e 2019, enquanto a de extração de petróleo e gás natural foi a que mais abriu novos postos de trabalho.

A atividade de fabricação de produtos alimentícios era a que mais empregava em 2019, respondendo por 22,2% de toda a mão de obra das indústrias de transformação. Já entre as indústrias extrativas, a atividade de extração de minerais metálicos liderava as contratações, respondendo por 45,2% do pessoal ocupado.

Ranking das atividades industriais que mais perderam ou criaram postos de trabalho entre 2010 e 2019

Economia/G1

A atividade de fabricação de produtos alimentícios era a que mais empregava em 2019, respondendo por 22,2% de toda a mão de obra das indústrias de transformação. Já entre as indústrias extrativas, a atividade de extração de minerais metálicos liderava as contratações, respondendo por 45,2% do pessoal ocupado.

O IBGE destacou que a redução da mão de obra refletiu no porte médio das empresas em termos de pessoal ocupado, passando de 28 pessoas em 2010 para 25 em 2019. Na indústria extrativa, a redução foi de 34 para 30 pessoas.

Salários mais baixos

O levantamento do IBGE mostrou que a remuneração média paga pela indústria foi reduzida ao longo da década. Em 2010, a média era de 3,4 salários mínimos. Já em 2019, essa média caiu para 3,2 salários mínimos.

Nas indústrias extrativas, que têm média salarial mais alta, a redução foi ainda maior, passando de 5,9 para 4,6 salários mínimos. Já nas indústrias de transformação, a média caiu de 3,3 para 3,1 salários mínimos.

Fonte: G1

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