Eduardo Leite defende candidato próprio do PSDB à Presidência: 'Hoje este nome é João Doria'

Por Redação em 22/04/2022 às 18:52:39

Ex-governador gaúcho divulgou carta de apoio a Doria, que o derrotou nas prévias do PSDB. Leite chegou a cogitar deixar o partido e concorrer à Presidência pelo PSD. O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite afirmou em carta divulgada nesta sexta-feira (22) que defende uma candidatura própria do PSDB à Presidência da República e que "hoje" essa candidatura é a do ex-governador de São Paulo João Doria, vencedor das prévias do partido, nas quais derrotou o próprio Leite.

Após as prévias, as relações entre Eduardo Leite e João Doria ficaram estremecidas. Leite renunciou ao governo do Rio Grande do Sul, passou a viajar pelo país fazendo contatos políticos e chegou a negociar a filiação ao PSD, partido que pretendia lançá-lo candidato a presidente.

Doria e Leite (ao centro), durante as prévias do PSDB para presidente , em novembro do ano passado

Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Na carta divulgada nesta sexta, Leite afirmou que o PSDB deve "liderar o centro democrático" com candidato próprio.

“Hoje este nome é João Doria, por decisão dele e das prévias – das quais nunca se buscou tirar legitimidade”, afirmou.

“Qualquer caminho diferente dependeria de entendimento com o próprio candidato escolhido. Assim, me coloco ao lado do meu partido e desta candidatura, na expectativa de que a união do PSDB contribua com a aguardada unificação dos atores políticos do centro daqui até a eleição de outubro”, continuou.

Eduardo Leite: Não me coloco na posição de candidato a presidente

'Coerência e bom senso', responde Doria

Em resposta a Eduardo Leite, o pré-candidato do PSDB à Presidência, João Doria, afirmou que o carta do colega do partido é uma “prova de coerência e bom senso”. Para ele, “finalmente, foram superadas todas as divergências internas" da sigla.

"Corroborando com o resultado e a legitimidade das prévias que mobilizaram mais de 44 mil eleitores tucanos. É um gesto honrado, democrático e elogiável", acrescentou.

“Juntos vamos construir uma candidatura forte do centro democrático, ao lado do MDB, União Brasil e Cidadania por um país mais justo, solidário e pacificado”, completou o ex-governador de SP.

Terceira via

O PSDB faz parte do grupo de partidos da chamada "terceira via" — com MDB, União Brasil e Cidadania — que busca lançar um candidato "de consenso" para se contrapor às candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que lideram todas as pesquisas eleitorais. Os dirigentes dos quatro partidos prometeram anunciar o "candidato de consenso" no próximo dia 18.

Na última terça (19), Doria e Leite se encontraram em São Paulo. Segundo o blog do jornalista Gerson Camarotti, a reunião foi um pedido de Eduardo Leite.

De acordo com relatos de interlocutores, Doria foi direto, segundo o blog, na abordagem com Leite: disse ao ex-governador gaúcho que não era razoável contestar o resultado das prévias nem se lançar candidato paralelamente contra aquele que o derrotou na disputa interna do partido.

“Ouvi do ex-governador João Doria que ele não abre mão de ser o candidato do PSDB à Presidência da República. Ele tem este direito e esta legitimidade, vencedor das prévias que foi. E ele ouviu de mim que não serei eu, que tanto prezo o diálogo democrático, que criarei entrave de qualquer natureza para tirar dele a vontade e o direito que tem”, afirmou Leite no texto da carta.

Eduardo Leite diz ainda não ter uma “ideia fixa acima de tudo e de todos” de que gostaria de ser candidato. “Eu teria trocado de partido e isso estaria decidido, não importando as consequências”, afirmou.

Ele disse que não renunciou para dividir o meu partido, "mas para somar onde mais posso ajudar o meu estado e o meu país”.

Aécio Neves: 'Há um movimento para que PSDB não tenha candidato'

Na última quinta (21), o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), um dos articuladores em favor de uma eventual candidatura de Leite, disse à GloboNews que o partido poderia não lançar um candidato próprio ao Palácio do Planalto.

“Há um movimento claro para que o PSDB não tenha candidato, vindo curiosamente até de setores do partido em São Paulo que foram vitais para a candidatura de Doria”, afirmou.

Na avaliação de Aécio, esses setores entendem que a candidatura de Doria “impactaria negativamente na candidatura de Rodrigo Garcia” ao governo paulista.

Fonte: G1

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