Bill Russell, maior campeão da NBA, foi rosto contra racismo

Por Redação em 31/07/2022 às 15:48:59

Tanto esportivamente quanto socialmente, pivô dos Celtics se tornou o maior campeão da história dos esportes americanos e batiza troféu de melhor jogador das finais da liga americana Bill Russell, maior campeão da história da NBA que morreu neste domingo aos 88 anos, foi sem dúvida um dos maiores jogadores da história da maior liga de basquete do mundo, mas foi também muito mais do que isso fora das quadras.

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Pivô de talento inquestionável, Russell foi um rosto de uma das maiores dinastias da história esportiva dos Estados Unidos: o Boston Celtics do final da década de 1950 até a de 1960. Foram 11 títulos (1957, 1959 a 1966, 1968 e 1969) conquistados como jogador, a maior marca da história da liga, além de cinco MVPs (1958, 1961 a 1963 e 1965), segundo com mais prêmios desse gênero na história ao lado de Michael Jordan. Kareem Abdul-Jabbar, com seis, tem mais.

Bill Russell atuando pelo Boston Celtics

Dick Raphael / Getty Images

Não satisfeito em ser o principal jogador daquele time, ele ainda dividiu a atuação em quadra com a função de treinador nos últimos dois títulos, em 1968 e 1969, se consagrando como também um técnico multicampeão.

A relevância de Bill Russell no desenvolvimento do basquete americano foi tão grande que o ex-pivô batizou o troféu de MVP das finais da NBA, dado até os dias atuais, e também era anualmente o responsável por entregar a honraria ao vencedor. Nos últimos anos, com saúde debilitada em meio a pandemia, o ex-jogador não pôde comparecer à decisão.

Além dos títulos e MVPs, Russell foi selecionado 12 vezes para o All-Star Game e 11 vezes para a seleção da temporada, seja no primeiro (1959, 1963 e 1965) ou no segundo (1958, 1960 a 1962, 1964, 1966 a 1968) time.

Liderou a liga em rebotes em quatro temporadas e teve o número 6, que usava, aposentado pelos Celtics após deixar as quadras. O ex-pivô esteve presente em todas as listas de maiores da história da NBA feitas nos aniversários de 25, 50 e 75 anos da liga.

Impacto social

O impacto de William Felton Russell não se limitou ao que ele fazia com a bola laranja dentro de quadra ou com a prancheta na lateral dela, mas também na sociedade ao seu redor. Ainda enquanto jogava, Bill foi uma das lideranças na NBA na luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

Em 1961, Russell organizou um protesto dos jogadores negros do Boston Celtics após serem destratados no café do Hotel Phoenix, onde o time estava hospedado na cidade de St. Louis no Missouri. Os jogadores negros do St. Louis Hawks, adversário dos Celtics, também aderiram ao protesto e apenas atletas brancos entraram em quadra, em ambas as equipes.

Bill Russell ao lado de Muhammad Ali e Kareem Abdul Jabbar, na reunião em que onze dos atletas negros mais influentes se reuniram em Cleveland para apoiar a decisão do pugilista de recusar o recrutamento para Guerra do Vietnam.

Robert Abbott Sengstacke/Getty Images

Bill Russell foi um dos seguidores de Martin Luther King e participou da marcha pelos direitos civis nos Estados Unidos em Washington em 1963. Russell também foi um dos atletas que se manifestou em solidariedade ao boxeador Muhammad Ali, quando Ali se recusou a se alistar ao exército para ir para a Guerra do Vietnã, acabou sendo preso e proibido de lutar.

A atuação civil de Bill foi reconhecida pelo presidente Barack Obama com a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior condecoração civil do país, em 2011. A medalha é uma honra dada às pessoas que fizeram uma contribuição "especialmente meritória para a segurança ou os interesses nacionais dos Estados Unidos".

Bill Russell recebendo de Barack Obama a Medalha Presidencial da Liberdade

Chip Somodevilla / Getty Images

Há cinco anos, foi às redes sociais se posicionar contra as declarações de Donald Trump, então presidente dos EUA, que criticava os atletas que se ajoelhavam durante o hino nacional do país em protesto contra a violência policial contra os negros.

Fonte: Globo Esporte/G1

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