Árbitras paraenses ressaltam importância do primeiro trio feminino em um jogo da Copa: "Irá derrubar uma barreira histórica"

Por Redação em 01/12/2022 às 11:34:44

Arbitragem do jogo entre Alemanha e Costa Rica conta com um trio de arbitragem feminino, fato inédito em mundiais da FIFA Alemanha e Costa Rica entram em campo pela terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo nesta quinta-feira. O jogo pode ficar marcado pela eliminação de uma campeã mundial, mas já entrou para história antes de começar. A arbitragem desse confronto será formada por um trio de mulheres, fato inédito em mundiais.

O ge Pará conversou com árbitra Elaine da Silva Melo e com a assistente Nayara Lucena ,que integram o quadro de arbitragem da FPF, sobre a importância da presença das árbitras Stéphanie Frappart, Neuza Back e Karen Diaz em um jogo tão relevante.

- O mundial do Catar, certamente, ficará marcado por ser o que abriu as portas para a arbitragem feminina. Esse trio irá derrubar uma barreira histórica no futebol, justamente num país que limita tanto os direitos das mulheres, num país onde elas ainda estão longe de ditar as regras da própria vida - afirma Nayara Lucena.

Fico feliz que essa conquista tão importante tenha chegado para a arbitragem feminina. Com certeza será o início de um novo ciclo e de novas oportunidades para todas.

A árbitra Elaine da Silva Melo ressalta que a oportunidade que Stéphanie Frappart, Neuza Back e Karen Diaz estão recebendo é fruto de muito trabalho e da evolução da arbitragem feminina ao longo dos anos, "tanto no cenário local, nacional e internacional".

- Essa conquista de termos um trio feminino atuando amanhã no Mundial é a prova disso tudo. O nível de atuação das mulheres na arbitragem vem comprovando isso. Esse feito só vem para quebrar ainda mais essa barreira que ainda se tem entre a competência e gênero - afirma Elaine da Silva Melo.

Que a arbitragem brasileira e Paraense olhe para essa conquista com grande orgulho e oportunize ainda mais a arbitragem feminina.

Essa conquista das mulheres dentro da arbitragem fica ainda mais em evidência por conta da sede da Copa. O Catar é um país que impõe várias restrições para as mulheres. Elaine espera que esse fato histórico seja mais um passo para que as mulheres tenham mais voz.

- A conquista se torna ainda mais importante porque acontece em um país onde existem muitas restrições em relação às mulheres. Onde a discriminação de gênero e machismo imperam. Espero que isso sirva para que mudanças nesse cunho sejam realizadas, e que as mulheres tenham mais vez e voz.

Além de Stéphanie Frappart, da França, e Karen Diaz, do México, o trio de arbitragem que vai participar do jogo entre Alemanha e Costa Rica conta com uma brasileira, a assistente Neuza Back. Elaine já trabalhou com a bandeirinha e fala que ela sempre foi uma inspiração.

- Com ela, eu aprendi que para chegar numa Copa do Mundo não basta apenas sonhar, é preciso trabalhar com muito foco, compromisso, esforço e dedicação. Estou seguindo a cartilha de quem já chegou lá, sonhando. Mas, sobretudo, trabalhando para estar preparada no dia que esse sonho se tornar realidade!

Neuza Back em ação nos Aflitos durante Náutico x CSA

Marlon Costa/Pernambuco Press

A Copa do Mundo é o auge da carreira de profissionais envolvidos com o futebol. Elaine comenta que não é diferente com ela e que esse também é seu grande sonho.

- Assim como é o ápice para um jogador de futebol jogar um mundial, para o árbitro não é diferente. É o nível mais alto que podemos chegar na carreira.

Fonte: Globo Esporte/G1

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