Cristiano Ronaldo no banco causa impacto registrado pelas lentes atentas de dois fotógrafos brilhantes

Por Redação em 07/12/2022 às 05:54:08

Jornalistas Daniel Mundim e Giuseppe Cacace recontam história mais importante do dia, Cristiano Ronaldo no banco de reservas. A incrível capacidade de olhar para outro lado e ver o que ninguém viu A melhor foto dos repórteres fotográficos e cinematográficos, de costas para o campo, em busca da imagem de Cristiano Ronaldo no banco de reservas, é de Giuseppe Cacace.

Italiano de Nápoles, residente em Dubai, tem coberturas de guerras em seu portfólio de fotógrafo. Trata-se de um momento sublime do jornalismo profissional. nesta Copa do Mundo, que nos provocou olhar em tantas direções -- da luta pelos Direitos Humanos à milenar cultura árabe.

Cacace tem o retrato mais próximo. Um pouco mais alto, o repórter Daniel Mundim, do GE teve a mesma ideia e realização brilhantes (abaixo) .

Fotógrafos se amontoam para registrar Cristiano Ronaldo no banco de Portugal

Daniel Mundim

Enquanto todos olhavam Cristiano, Cacace e Mundim olhavam para todos. Cacace e Mundim recriaram o fato, ao mostrar a relevância da informação.

Mesmo neste tempo de redes sociais, que instantaneamente inventam ou destoem personagens, informação é a coisa mais moderna do mundo. Sem saber onde é o botão, você nem liga o celular para ler este texto. Também é informação.

As fotos de Mundim e a história de Cacace, lembraram-me de Domício Pinheiro. Conheci-o velhinho e com um apelido, misto de homenagem e inveja. Chamavam-no toc-toc. Significava que, se Domício aparecesse à sua frente, alguma tragédia aconteceria. Não era verdade. A realidade era que, se a tragédia acontecesse, Domício fotografaria.

Um de seus grandes momentos na profissão se deu na queda da arquibancada da Vila Belmiro, em 1964. Todos os repórteres-fotográficos tinham a imagem da calamidade, torcedores feridos, uns caídos sobre os outros. Domício também registrou e, então, virou-se para o campo. Só ele conseguiu mostrar as expressões de desespero dos jogadores, mãos na cabeça e lágrimas nos olhos.

Cristiano Ronaldo no banco de reservas não causaria impacto, não fosse sua primeira vez no banco de reservas em uma Copa do Mundo, no dia em que se propunha a igualar o recorde de Eusébio e se tornar o maior goleador português em Mundiais. A notícia causou estrondo a ponto de a escalação dos reservas ter sido vaiada e o nome do único a marcar em cinco Copas ter sido gritado aos 15 do segundo tempo, por toda a arquibancada, lotada por 83 mil pessoas -- portugueses, suíços e, especialmente, árabes.

Muita gente pode ter compreendido o que estava acontecendo. Giuseppe Cacace e Daniel Mundim mostraram, com uma imagem, como um momento causa impacto.

Quem agradece é quem ama jornalismo e futebol.

Fonte: Globo Esporte/G1

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