Polícia identifica mulher que abandonou recém-nascido em igreja de Cuiabá

Segundo a polícia, a mulher está sofrendo com distúrbios mentais e foi encaminhada ao psiquiatra, onde está recebendo suporte médico, para ter condições de ser ouvida sobre os fatos. Bebê foi abandonado na frente da comunidade São Mateus em Cuiabá

Divulgação

A Polícia Civil identificou a mulher que abandonou um recém-nascido na igreja São Mateus, no Bairro no Jardim Imperial, em Cuiabá, na última quarta-feira (4). Segundo a polícia, ela é a mãe da criança e está sofrendo com distúrbios mentais.

A polícia informou que a mulher, de 36 anos, é casada e escondeu a gravidez do marido da família, dizendo que estava acima do peso e, quando a gravidez foi descoberta, ela chegou a dizer para irmã que ouvia uma voz para matar a criança, mas que decidiu ter o filho sozinha e entregar para adoção.

Ainda de acordo com a polícia, a mulher está sofrendo com distúrbios mentais e foi encaminhada ao psiquiatra, onde está recebendo suporte médico, para ter condições de ser ouvida sobre os fatos.

Investigações

Durante as investigações, a equipe encontrou o veículo de aplicativo que deixou a mulher na igreja e descobriu que, momentos antes, ela estava no Conselho Tutelar, onde chegou a preencher uma ficha com os dados pessoas, mas foi embora, deixando a a criança.

Ainda de acordo com as investigações, no dia seguinte, quando vídeos em que a mulher deixava o bebê passaram a circular, ela foi reconhecida pela irmã, que fez com que ela confessasse sobre a gestação e o parto secretos.

Com informações da identidade, os policiais tentaram entrar em contato com a mãe da criança, porém ela se recusava a atender, sendo somente possível o contato com ela por meio do marido. Ela está fazendo o tratamento psicológico para, posteriormente, ser ouvida.

A polícia também informou que, com a identificação da mãe, as investigações continuam para apurar outros fatos, como as circunstâncias do parto e qual a motivação da mulher para ter escondido a gestação e abandonado o filho.

O caso

Um funcionário da comunidade contou que a mulher, que possivelmente seria a mãe da criança, chegou no local desesperada e disse à zeladora para cuidar do bebê. Segundo o funcionário, ela afirmou que faria algo na cidade, mas não retornou para buscar o recém-nascido.

A criança foi acolhida por testemunhas e encaminhada, a princípio, ao Conselho Tutelar do Planalto. Ao g1, a administração da instituição informou que o bebê possui cerca de cinco ou seis dias de vida, mas que não apresenta ferimentos e foi levado ao Abrigo Casa Lar, na capital.

Segundo os militares, assim que abandonado, o bebê recebeu cuidados de funcionárias da comunidade.

A Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) e a Polícia Civil também estiveram no local para realizar os procedimentos que o caso requer.

Entrega voluntária

Um projeto do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) permite que a gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar o filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, seja encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. Esse processo esta previsto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

Como funciona o processo

No processo, a mulher é ouvida e acompanhada por uma equipe técnica;

O processo é sigiloso, protege a mãe e a criança;

É acompanhado e autorizado pelo Poder Judiciário;

O bebê é encaminhado para ser adotado por pessoas inscritas no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento.