Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira registraram queda de 31,7% na parcial de janeiro a julho deste ano, para US$ 33,6 bilhões, informou o Banco Central nesta sexta-feira (25). Em igual período do ano passado, totalizaram US$ 49,2 bilhões.
Somente em julho, ainda de acordo com a instituição, os investimentos diretos no país totalizaram US$ 4,24 bilhões, contra US$ 7,2 bilhões no mesmo mês de 2022.
A entrada de investimentos no país geralmente está relacionada com o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) — que vem registrando desaceleração por conta da alta dos juros básicos da economia. Atualmente, para conter pressões inflacionárias, a taxa está em 13,25% ao ano.
Para este ano, o mercado financeiro estima um crescimento da economia de cerca de 2,3%. Após uma alta de 5% em 2021, o PIB brasileiro teve crescimento de 2,9% no ano passado.
O Banco Central estima uma entrada de US$ 75 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira neste ano.
O mercado financeiro, em pesquisa conduzida pelo BC na semana passada com mais de 100 instituições, estima um ingresso de US$ 80 bilhões em investimentos diretos em 2023.
Contas externas
Ao mesmo tempo, ainda de acordo com o BC, o déficit nas contas externas também mostrou queda na parcial dos sete primeiros meses deste ano, quando somou US$ 18,17 bilhões. O recuo foi de 12,3% na comparação com igual período de 2022 (-US$ 20,72 bilhões).
O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
No mês de julho, segundo o Banco Central, as contas externas registraram um rombo de US$ 3,6 bilhões, em comparação com um resultado negativo de US$ 5,28 bilhões no mesmo período do ano passado.
De acordo com o BC, a queda no saldo negativo das contas externas, na parcial deste ano, está relacionada principalmente com a melhora da balança comercial no período. Também houve uma melhora na conta de serviços neste ano. Entretanto, as remessas de rendas ao exterior se elevaram.
O Banco Central projeta um rombo de US$ 45 bilhões nas contas externas neste ano.
Gastos de brasileiros no exterior
Já os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 1,38 bilhão em julho deste ano, com alta frente ao mesmo mês do ano passado – quando totalizaram US$ 1,05 bilhão.
Trata-se, também, do maior valor de despesas no exterior, para meses de julho, desde 2019, ou seja, antes da pandemia da Covid-19, quando somou US$ 1,89 bilhão.
Nos sete primeiros meses deste ano, as despesas no exterior somaram US$ 8,46 bilhões, contra US$ 7,03 bilhões no mesmo período de 2022.
As despesas de brasileiros fora do país são influenciadas por fatores como o nível de atividade econômica - que apresenta nova desaceleração nesse ano - e o preço do dólar, usado nas transações internacionais.
Em 2022, a moeda norte-americana fechou em queda de 5,3%, cotada a R$ 5,28. Apesar disso, ainda permaneceu bem acima do patamar de 2019 terminou aquele ano em R$ 4,01. Nesta quinta-feira (24), o dólar fechou em R$ 4,87.