Doria diz que 'não houve desistência' de candidatura, mas plano para obter 'apoio explícito' do PSDB

Por Redação em 31/03/2022 às 20:16:04

Após oficializar candidatura, Doria negou que tenha pensado em desistir da campanha à Presidência da República pelo partido. Tucano declarou que houve 'um planejamento' para obter apoio explícito do partido, que tem alas favoráveis à candidatura de Eduardo Leite. Governador João Doria concede coletiva de imprensa em São Paulo (SP), nesta quinta-feira (31), em São Paulo

RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Em meio a especulações sobre uma eventual desistência da corrida à Presidência da República, João Doria (PSDB) disse em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (31) que não tinha pensado em desistir da disputa, mas que "houve, sim, um planejamento" para obter apoio explícito do partido.

"Não houve desistência. Houve, sim, um planejamento para que pudéssemos ter aquilo que conseguimos: o apoio explícito do PSDB, através do seu presidente Bruno Araújo", declarou após oficializar a pré-candidatura.

Questionado se, em algum momento, chegou a desistir da candidatura, Doria disse que não, e explicou que tinha como objetivo obter uma carta de apoio do presidente da sigla, Bruno Araújo.

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"A carta que ele assinou hoje não deixa nenhuma dúvida, nem agora nem depois. O PSDB elegeu em processo democrático nas prévias, com a participação de três bons candidatos, elegeu um. Esse é o candidato", declarou.

Doria citou também o fim de uma ameaça de golpe ao falar sobre a carta. O documento que explicita o apoio à Doria foi divulgado apesar de alas do partido ainda defenderem a candidatura do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para a presidência.

"Não tem dúvida, não há questionamento, não há golpe possível numa democracia seja ela partidária, seja ela de um estado ou país. Democracia tem que ser obedecida e hoje ficou claro através desta carta do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que não há golpe", declarou.

Oficialização da candidatura

O tucano oficializou nesta quinta-feira (31), em pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, a sua saída do governo a sua pré-candidatura à presidente.

O vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), deve assumir no seu lugar e se candidatar ao cargo no estado. O evento foi realizado no momento em que havia uma discussão sobre uma possível desistência de Doria à disputa.

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"Sim, serei candidato à Presidência da República pelo PSDB, nosso partido, o Partido da Social Democracia Brasileira. E junto, ao lado de outros partidos valorosos, de políticos e de pessoas que têm respeito pela democracia, pela vida e pelos cidadãos, nós vamos vencer, vamos vencer o populismo, a maldade, a adversidade, a corrução", afirmou Doria.

"Eu quero estar ao lado de vocês, a partir do próximo dia 2 [de abril], para mostrar que é possível, sim, ter uma nova alternativa para o Brasil", completou.

Possibilidade de desistência

As especulações sobre uma possível desistência de Doria da corrida presidencial tiveram início na noite de quarta-feira (30).

Em resposta, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, divulgou uma nota em que reafirmou que João Doria é o nome do partido na disputa pelo Planalto em 2022.

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Além disso, tucanos foram até o Palácio dos Bandeirantes – sede do governo paulista – pressionar o governador para manter o que havia sido combinado.

Integrantes da cúpula do PSDB avaliam que as especulações sobre a desistência acabaram esvaziando a candidatura do tucano. Além disso, para dirigentes do partido, o movimento teria impulsionado internamente o nome do governador gaúcho Eduardo Leite para a corrida presidencial.

Prévias

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Doria venceu as prévias do PSDB para concorrer à Presidência da República no fim de novembro de 2021. Na época, ele obteve mais que a maioria dos votos (50% mais um) e superou Leite e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.

A disputa foi marcada por divergências entre os pré-candidatos, que dividiram posições dentro da legenda. Ao longo da pré-campanha, Doria e Leite trocaram farpas, e a demora para a conclusão da votação acabou agravando a crise entre os governadores.

Apesar de ter perdido as prévias, Leite vem mantendo a disposição em concorrer à Presidência da República. Ele chegou a negociar uma ida para o PSD, de Gilberto Kassab, mas, após uma carta de tucanos tradicionais, decidiu permanecer no PSDB .

A última pesquisa Datafolha, feita em 22 e 23 de março, simulou dois cenários da disputa presidencial com a presença de Doria no 1º turno. Em ambos, ele tinha 2% das intenções de voto na pesquisa estimulada (em que os nomes são apresentados aos entrevistados) – percentuais ainda menores do que ele havia registrado em pesquisa feita em dezembro.

No final da semana passada, Eduardo Leite deixou o cargo de governador do Rio Grande do Sul e, no início desta semana, disse que respeita as prévias do PSDB, mas que elas não podem servir como corrente para o partido.

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No último domingo (27), Doria chegou a afirmar, em coletiva de imprensa, que a articulação de parte minoritária de integrantes do PSDB que querem tirá-lo da disputa presidencial na eleição de 2022 é um “golpe” e uma “tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar” o partido.

“Diante de prévias realizadas com o amparo da Justiça Eleitoral, com investimentos também registrado na Justiça Eleitoral - foram R$ 10 milhões investidos para que o partido fizesse suas prévias - as prévias valem. Qualquer outro sentimento diferente disso é golpe. Uma tentativa torpe, vil, de corroer a democracia e fragilizar o PSDB”, disse, na ocasião.

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Fonte: G1

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