Presidente da Colômbia volta atrás e diz que crianças desaparecidas após queda de avião não foram encontradas

Por Redação em 18/05/2023 às 15:10:24

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, usou as redes sociais para se retratar pelo anĂșncio do resgate de crianças indĂ­genas na floresta colombiana, a qual ele havia dito na quarta-feira, 17, que tinham sido encontradas. "Decidi apagar porque não foi possĂ­vel confirmar a informação prestada pelo ICBF (Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar). Lamento o ocorrido. As Forças Militares e as comunidades indĂ­genas continuarão sua busca incansĂĄvel para dar ao paĂ­s a notĂ­cia que estĂĄ esperando", disse o presidente no Twitter. "Neste momento, não hĂĄ outra prioridade que não seja a de avançar com as buscas até encontrĂĄ-los. A vida dos menores é o mais importante", frisou Petro, que apagou seu tuĂ­te com a notĂ­cia do encontro das crianças e garantiu que as buscas pelos menores continuam. A informação do resgate dos menores havia sido desmentida horas antes por órgãos oficiais e pela famĂ­lia dos desaparecidos.

Lideradas por mais de 100 militares com cães farejadores, as buscas encontraram os corpos de trĂȘs mortos no acidente, entre eles o piloto e a mãe dos quatro irmãos da etnia huitoto. As autoridades seguem a pista dos menores e caminham pela floresta entre os departamentos do sul de Guaviare e CaquetĂĄ, onde o avião ficou com a parte dianteira destruĂ­da. Eles estão desaparecidos desde o dia 1Âș de maio, quando sofreram um acidente de avião. Segundo o ICBF, encarregado de assegurar os direitos dos menores, na quarta-feira receberam "informações provenientes do território que asseguram o contato com os quatro menores" e que o relatório indicava, ainda, que "foram encontrados com vida e que também gozam de boa saĂșde".

"No entanto, as Forças Armadas ainda não conseguiram estabelecer contato oficialmente com os menores de 13, 9 e 4 anos, além do bebĂȘ, de 11 meses, devido às difĂ­ceis condições meteorológicas e às dificuldades do terreno, motivo pelo qual continuam o trabalho de busca, de forma incansĂĄvel", esclareceu a entidade em um comunicado. A versão da companhia Avianline Charters"s, proprietĂĄria da aeronave acidentada, coincide com a do ICBF. Segundo a empresa, os menores podem estar na metade do caminho, devido a tempestades elétricas na região que dificultam a navegação no rio. Durante as operações de resgate, os militares encontraram um "abrigo improvisado com paus e galhos", então suspeitaram de que houvesse pelo menos um sobrevivente. Algumas tesouras, laços de cabelo, sapatos, roupas e uma garrafa localizados no meio dos galhos da mata serviram de indicação para os policiais. Também encontraram "frutos mordidos", conforme relatu GermĂĄn Camargo, diretor da Defesa Civil do departamento do Meta, de onde as buscas foram coordenadas.

Árvores gigantescas de até 40 metros, animais silvestres e chuva forte dificultaram as buscas. A Força Aérea se juntou à chamada "Operação Esperança" com trĂȘs helicópteros que sobrevoaram a floresta densa durante dias. Um deles carregava um alto-falante "capaz de cobrir uma ĂĄrea de cerca de 1.500 metros" com uma mensagem gravada pela avó das crianças. Na lĂ­ngua huitoto, a mulher disse aos netos que estavam procurando por eles e pediu que não continuassem avançando pela floresta. As autoridades não informaram os motivos do voo da famĂ­lia indĂ­gena. Segundo a imprensa local, o sétimo passageiro era um lĂ­der daquela comunidade. De acordo com o órgão oficial de resposta a desastres, o piloto relatou problemas com o motor da aeronave minutos antes do acidente. Nessa região de difĂ­cil acesso fluvial e sem rodovias, os habitantes costumam viajar em voos privados. Segundo a Organização IndĂ­gena da Colômbia (ONIC), os huitotos vivem em "harmonia" com as condições hostis da Amazônia e preservam tradições como a caça, a pesca e a coleta de frutas silvestres.

Fonte: JP

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